INDICE

Ensinança 1: Do Espírito do Regulamento
Ensinança 2: Cafh
Ensinança 3: Do Regulamento
Ensinança 4: Do Cavalheiro Grande Mestre
Ensinança 5: Dos Filhos
Ensinança 6: Das Távolas
Ensinança 7: Da Admissão dos Filhos
Ensinança 8: Das Obrigações dos Filhos

Ensinança 9: Dos Benefícios dos Filhos
Ensinança 10: Dos Exercícios Espirituais
Ensinança 11: Dos Solitários
Ensinança 12: Dos Ordenados

Ensinança 13: Dos Cavalheiros Mestres
Ensinança 14: De los Votos
Ensinança 15:Atributos, Hábitos e Festividades de Cafh
Ensinança 16: Dos Superiores

Ensinança 1: Do Espírito do Regulamento

Ao penetrar na Grande Corrente de Cafh, o Filho promete cumprir fielmente com os deveres e obrigações que o Regulamento impõe. A permanência dentro de Cafh somente está condicionada, então, pela estrita observância do Regulamento que os Superiores lhe apresentarão. Mas, se na alma se agigantou a fome de Deus que um dia a comoveu, se o afã de liberação cresceu nela, se o Divino Amor feriu mais seu peito ou o Divino Mistério inflamou mais sua mente, não há de bastar-lhe a mera observância dos artigos e incisos do Regulamento, senão que se porá em contato com o Espírito do mesmo.
O Regulamento, como as ensinanças, é uno e múltiplo em seus aspectos. Fala às almas com tons diferentes, segundo o grau de compreensão e desenvolvimento alcançado por elas.
Assim, enquanto que para umas é a mera enunciação de normas a cumprir, para outras é fonte de possíveis realizações.
Externamente, aparenta ser um estatuto orgânico de severas exigências e cargas pesadas; seu Espírito, não obstante, ao fazer sentir a vida que palpita no Corpo Místico de Cafh, concede aos seres, chamados Filhos, gozos de intensa espiritualidade. Tudo está na perfeição do contato que a alma consiga com o Espírito do Regulamento.
O amor posto na observância do Regulamento faz com que este manifeste seu Espírito.
O Espírito do Regulamento apaga a dor das normas e disciplinas, e põe a alma em contato com a liberdade: a liberdade única, a que busca a União com a Divina Mãe. Aquela que está no interior do ser. 


Ensinança 2: Cafh

Cafh é uma sintonização de almas entre si. Faz abstração da personalidade mundana de seus membros e somente consagra como Filhos, as almas. Ainda como agrupação de homens é ideal, pois reúne determinados indivíduos somente com um fio magnético e anímico.
A estas almas, Cafh oferece, para sua liberação interior, um método único de individual realização e de harmônica aplicação nas almas de Cafh.
Em sua vida civil, cada Filho continuará observando sua religião e as leis de seu país.
As almas não podem possuir outros bens, senão os espirituais. Os bens materiais são, por sua própria natureza, externos à alma. Por isto, Cafh, reunião de almas, carece de posses extrínsecas, constituindo-se somente das intrínsecas.
O primeiro bem que é dado à alma é a Ensinança oral.
A Ensinança de Cafh não está dirigida unicamente à capacidade do discípulo; opera integralmente sobre a alma. Não se transmite, senão que se dá em função de vida. Verte-se oralmente, com o calor, a vibração, a força persuasiva da própria experiência, sob o olhar expressivo e sempre alerta do Orador.
Cafh possui, além disso, em figuras simbólicas, seus conceitos doutrinários a respeito do homem e do Universo. Sua simbologia resguardou, através das épocas, a pureza de suas arcaicas concepções e tem a virtude de fixar com imagens, na mente do discípulo, o conceito.
Cafh tem um meio peculiar de assimilar e distribuir o magnetismo da Grande Corrente entre seus Filhos. Seu Cerimonial é o conjunto de passos que cumprem tal finalidade. O nascimento à vida espiritual, as diferentes etapas que a alma descreve no Caminho, seu ano místico, sua morte física e toda a trajetória - até a realização de seus anelos - são magneticamente acompanhados pelo Ritual.
Outra riqueza de inestimável valor é o Espírito do Regulamento.
Este, em sua letra, é preciso, limitativo, disciplinante. Mas, por trás da letra, está o Espírito do Regulamento, cuja conquista concede à alma uma amplitude de força e poder ilimitados.
Através do Regulamento, os Filhos são incorporados e vivem em Cafh. Pela realização de seu Espírito, os Filhos comungam com Cafh e se transformam em uma peça integral da Grande Obra. Eles são parte do Corpo Místico da Divina Mãe e sua observância se transforma em hábito de vida. Este é o Método.
O Método é o conjunto de normas que Cafh manda que seus Filhos observem, a fim de que, transformando-as em hábitos individuais, façam acessível, para suas almas, o Espírito do Regulamento.
Assim, por estas riquezas interiores, Cafh faz as almas participarem progressivamente - através da realização de sua Ensinança, Simbologia, Cerimonial, Regulamento e Método - na Grande Obra. Dom divino da mesma é também o de capacitar as almas para o manejo da Grande Corrente e para a União Substancial com a Divina Mãe.
Estas são as posses de Cafh, herança de seus Filhos.
Mas Cafh é um organismo vivo e, como tal, irradia no mundo e nos lugares em que pousa sua vibração, sua influência. Esta influência se expressa em obras externas de toda índole e caráter, e empenha o esforço e o sacrifício de todos os Filhos.


Ensinança 3: Do Regulamento

Depois da primeira autoridade de Cafh, que é a de seu C.G.M., todos os Filhos ficam sujeitos às disposições do Regulamento.
Mediante esta sujeição disciplinar, a alma introduz paulatina e progressivamente em sua vida o Espírito do Regulamento e intensifica em si mesma a corrente de Cafh.
Daí a necessidade de que o Filho assimile o Regulamento à sua vida e que seja, conseqüentemente, um exemplo vivente do mesmo.
No entanto, a autoridade do Regulamento não obriga na mesma medida a todos os Filhos. Cafh, conhecedora da grandeza e da miséria das almas, não as ata em função do seu primeiro entusiasmo, mas em função de sua vocação profunda, que é conhecida pela alma à medida que avança em seu aperfeiçoamento.
Sabido é que as almas vêm ao Caminho, plenas de entusiasmo, mas sem compreender os esforços que deverão realizar nem os sacrifícios que demandará seu melhoramento espiritual. Muitas vezes, a imaginação tece ilusões e o entusiasmo diminui as dificuldades. Daí que o Regulamento obrigue temporária, solene ou perpetuamente, segundo seja o adiantamento do Filho e sua conseqüente vontade de acatá-lo.


Ensinança 4: Do Cavalheiro Grande Mestre


Uma é Cafh e uma é a cabeça que a dirige. E, desta autoridade única e suprema, está investido o C.G.M.
A Grande Obra requer que as diferentes obras espirituais que se realizam em favor das almas, estejam representadas em seu conjunto, não por uma mente desordenada ou por indivíduos e esforços bem intencionados, mas sem coesão; senão por uma expressão única de seu trabalho, de seu ideal e de sua vontade de fazer o bem. Esta expressão do trabalho da Sagrada Ordem, de participação na Grande Obra, canaliza-se através do C.G.M.
A Grande Corrente, que é a energia posta a serviço da Grande Obra, distribui-se no mundo através de canais determinados, de modo a não gastar energias inúteis e a facilitar, pelo contrário, uma adequada aplicação da mesma.
Como Cafh participa da Grande Obra, a Grande Corrente chega e é fixada na mesma, através do C.G.M. Ele a distribui nas diferentes Távolas, por meio de cujos Superiores, esta chega aos Filhos.
Mas, a participação eficiente na Grande Obra e a conservação devida da Grande Corrente requerem peculiares condições pessoais e intrínsecas: vida ordenada, pureza de intenções, santidade pessoal. Por isso é que uma das funções privativas e primordiais do C.G.M. é fazer vida retirada e de oração.
Somente assim pode constituir-se em um perfeito receptor e conservador da Grande Corrente, e em um meio puro e impessoal para sua distribuição.
Além disso, a União Substancial com a Divina Mãe que ele há de propugnar e ensinar aos Filhos requer de sua parte esta vida de abstração e de absoluto recolhimento.
O Filho de Cafh há de forjar em sua alma uma veneração para com essas superiores funções espirituais do C.G.M. e há de fazer com que sua vida na Sagrada Ordem jamais as perturbe, antes as facilite.
O C.G.M., além dos atributos que são próprios de seu caráter de Cavalheiro, possui a Cruz, símbolo de seu sacrifício humano e magnético, concreção de forças divinas; usa o Selo, símbolo de sua suprema autoridade que rubrica com caracteres humanos as divinas disposições; usa também a Corrente de Ouro, na qual, a união de seus elos simboliza a etérea união de seu sangue sacerdotal e cavalheiresco com o dos Superiores que o secundam, Sacerdotes e Cavalheiros, por sua vez. A Fita Vermelha, característica de seu cargo, significa a união de seu sangue etéreo com o sangue de todos os Filhos.
Além da participação na Integridade da Grande Obra, no Poder da Grande Corrente e na União Substancial com a Divina Mãe, que lhe são privativas em virtude de seu cargo - pois tão somente ele pode transmiti-las proporcionalmente aos Filhos e às Távolas - o C.G.M. dirige, por intermédio dos Superiores, todas as Távolas, grupos e Filhos que integram a Sagrada Ordem.
Atende as súplicas que os Filhos lhe fazem por intermédio dos Superiores ou privadamente, por escrito; vela para que os Superiores dêem estrito cumprimento ao Regulamento, cujo alcance fixa, e para que lhe informem por escrito ou verbalmente a respeito do estado e do desenvolvimento das Távolas e dos Filhos.


Ensinança 5: Dos Filhos

Um nome original quis a Divina Mãe que levassem os membros de Cafh. O Regulamento os chama, Filhos.
Enquanto que outras Ordens chamaram seus membros de irmãos, fazendo prevalecer o vínculo daqueles que estão unidos por uma mesma fé ou ideal, Cafh faz prevalecer, não o vínculo dos membros entre si, o que poderia dar origem à palavra irmãos, senão o vínculo que existe entre os membros e Ela: Filhos e Mãe. Chispas e Fogo. Rios e Mar.
Os Filhos se agrupam em Távolas de 43 membros, distribuídos em seis grupos de sete Filhos cada um e um Cavalheiro Mestre que os dirige.
Dos seis grupos, três são masculinos e três femininos, estando formados os primeiros, por Cavalheiros, Escudeiros e Pajens, e os segundos, por Damas, Daminhas e Donzelas.
A ordem hierárquica dos Filhos é a seguinte: Cavalheiros, Damas, Escudeiros, Daminhas, Pajens e Donzelas.
Através dos Pajens e Donzelas chega às almas do mundo, em uma adequada proporção, a ensinança espiritual e a força assistencial da Grande Corrente. Eles estão em contato com o mundo.
Constituem ao mesmo tempo a esperança de Cafh.
Os Escudeiros e as Daminhas representam a transição entre o estado dos Pajens e Donzelas, e o dos Cavalheiros e Damas.
Eles, se por um lado vivem no mundo, ao qual ajudam - mas cujos males compartilham - por outro, estão em contato com os Cavalheiros e Damas, aos quais servem e de cujos lábios e presença recebem continuamente ensinança e força.
Cafh destina os Cavalheiros e Damas à vida superior. Retirados ou não fisicamente do mundo, estes devem viver recolhidos no templo interior que devem construir. Portadores da Grande Corrente, devem dedicar-se a mantê-la pura e integral. Daí que Cafh supõe seus Cavalheiros e Damas entregues ao exercício ascético e místico, e à fixação das forças espirituais nos ambientes em que eles atuem.
Em cada grupo, os Filhos levam números de um a sete, correspondendo a cada um uma determinada atribuição.
Assim, o número 1 é Secretário; o número 2, Esmoleiro; o número três, Leitor; o número quatro, Arquivista; o número cinco, Orador; o número seis, Assistente; e o número sete, Chaveiro.
Quanto à idade indispensável para que um candidato a Filho possa tomar sobre si a responsabilidade de um voto, o Regulamento não a fixou, deixando-a ao bom critério dos Superiores. As almas podem florescer a qualquer idade, tendo os anos de vida uma relativa importância, pois há que considerar antes, o estado anímico do candidato, seus hábitos, convicções, entusiasmos e intensidade de vocação, e isto sim, deve ser apreciado pelo Superior. 


Ensinança 6: Das Távolas


Uma Távola é um conjunto de Filhos que atua em um determinado raio magnético de um lugar, no qual cumpre uma missão espiritual.
Quando está completa, tem 43 membros que se agrupam na forma descrita no capítulo anterior.
A fundação de uma Távola somente pode ser disposta pelo C.G.M. Requer-se para isso um mínimo de três Filhos. A este ato deve assistir um Cavalheiro Delegado do C.G.M.
Fundada a Távola e fixado seu Raio de Estabilidade, esta, como um todo orgânico, entra na órbita de Cafh, adquirindo direitos e obrigações, próprios de toda Távola. É dirigida por um Protetor Invisível que vela por seu adiantamento e integridade espiritual e por um Superior de Cafh.
Cada Távola une seus Filhos com seu fio magnético peculiar. A Grande Corrente chega a ela através de seu Superior. Daí que as Távolas sejam independentes entre si e, fora da autoridade de cada uma delas, tão somente estão submetidas à autoridade do C.G.M. ou do Delegado disposto por ele.
Somente o C.G.M. pode desintegrar o vórtice vibratório que fixou ao fundar uma Távola. Ele pode, da mesma forma, distribuir em outras Távolas os Filhos que integravam aquela ou pode não fazê-lo.
Há três categorias de Távolas em Cafh que agrupam os Filhos segundo os votos que hajam prestado.
Assim, os Ordenados determinam a categoria de Távola de Ordenados; os Solitários, a categoria de Távola de Solitários; e os Patrocinados, a categoria de Távola de Patrocinados.
A mudança de categoria de alguma Távola e a confirmação da categoria de uma nova são resolvidas pela Assembléia de Plenilúnio e outorgadas depois pelo C.G.M.
As Távolas são denominadas por seu número ordinal, segundo sua data de fundação, categoria e lugar de seu funcionamento.
As Távolas guardam em Cafh uma determinada ordem hierárquica, a saber:
a) Távola Mãe da América. (Esta Távola tem sua estabilidade em todo o território americano. Ela é dirigida pessoalmente pelo C.G.M.).
b) Távolas de Ordenados, segundo sua antiguidade.
c) Távolas de Solitários, segundo sua antiguidade.
d) Távolas de Patrocinados, segundo sua antiguidade.


Ensinança 7: Da Admissão dos Filhos

O Regulamento estabelece os requisitos de ordem externa que os candidatos devem reunir para o ingresso em uma Távola. Esses requisitos são:
O de gozar de uma boa reputação. Esta é a segurança de que o candidato tenha levado uma vida discreta, sem inclinações mórbidas para o mal; seguramente a Grande Corrente prejudicaria seres com semelhantes inclinações, em vez de favorecê-los.
Possuir a instrução necessária para poder receber as ensinanças. Se bem que a Sagrada Ordem não tenha preferência por seres sumamente especulativos, tampouco admite os que carecem do mínimo indispensável de instrução. O ser que em sua vida não teve a vontade suficiente nem a capacidade mental para obter um mínimo de conhecimentos, salvo casos extraordinários, tampouco servirá para o Caminho.
Deve contar com honrosos e suficientes meios de subsistência. Nem a opulência nem a indigência são extremos aceitáveis em um homem espiritual. Uma segurança de que o homem busca a Deus por Deus mesmo, é quando o faz tendo suficientes e honrosos meios de subsistência. Daí a exigência apontada.
Apresentar um trabalho escrito. Neste trabalho, o ser exporá o tipo e a intensidade de sua vocação.
Tais são os requisitos externos. Além disso, há os requisitos de ordem interna que devem ser observados pelo Filho que intervém na assistência ao aspirante, através dos meios costumeiros. O primeiro é através da conversa, que permite ao Filho descobrir os problemas que o candidato tem, apreciando sua sinceridade e capacidade.
O segundo é o da observação. A conduta externa é o reflexo das convicções internas. A observação da primeira ilumina o caminho da segunda e fala de quão conseqüente com o ideal, é o candidato em sua conduta.
Admitido o candidato, deve ser posto a par das obrigações que tomará sobre si e, se as aceitar, será incorporado.


Ensinança 8: Das Obrigações dos Filhos


O trabalho de Cafh incide sobre as almas em particular, agrupadas - com a finalidade de receber a ensinança espiritual - em núcleos de sete Filhos cada um. Cada grupo tem suas características, seu trabalho e sua missão. Daí que os Filhos de uma Távola nunca se reúnam em plenário, senão em grupos, salvo algum acontecimento ou festividade prevista.
Ao ser incorporado à Sagrada Ordem, todo Filho contrai obrigações cujo compromisso de cumprimento condiciona sua verdadeira permanência em Cafh, visto que este é o que põe a alma do Filho em contato com o Corpo Místico de Cafh.
Em primeiro lugar, o Filho há de observar, com toda fidelidade, o Regulamento.
A fidelidade é a virtude fundamental que Cafh faz com que todos os Filhos cultivem.
Não é a mera observância do Regulamento o que se exige, mas um intrínseco apego ao mesmo; e a fidelidade ao Regulamento faz com que o Filho comungue com o Espírito deste.
A perfeita observância põe o Filho em contato permanente com a Grande Corrente; mas, a fidelidade o faz partícipe da Grande Obra.
Deve o Filho assistir pontualmente às reuniões de seu grupo. Uma reunião é um sagrado encontro. É a oportunidade em que os Oradores impartem a Ensinança e os Superiores bendizem aos Filhos. Não ser pontual na assistência é então, uma grave falta que os Superiores podem justificar, mas não escusar, pois a mesma se comete para com os Mestres.
Por outro lado, uma das características do desordenado viver dos homens no mundo é a falta de pontualidade.
Os Filhos rápidos no cumprimento deste dever para com o grupo se habituarão a ser pontuais em todas as suas ocupações e ordenados na distribuição de seu tempo.
Outra obrigação do Filho é a de ser aplicado no estudo e realizar todos os trabalhos que lhe encomendem.
Não basta somente a leitura dos apontamentos de Ensinança para que estas se transformem na alma, em conhecimento vivo. As Ensinanças devem ser estudadas e aprendidas, visto que este é o modo de introduzi-las e alojá-las na alma.
Ali permanecerão se foram estudadas com aplicação, por muito tempo, enquanto o subconsciente irá esclarecendo-as, desenvolvendo seu espiritual conteúdo, o qual aflorará no momento preciso aos olhos assombrados do discípulo. Memorizar é então o primeiro passo e para isso se requer aplicação.
Muitos e variados podem ser os trabalhos que são encomendados ao Filho. Eles hão de ser fervorosamente anelados, visto que o Filho não há de ser um elemento passivo de recepção por toda a vida, senão que gradual e paulatinamente há de capacitar-se para o modo divino de receber, que é dar de si, trabalhar por trabalhar.
Estes trabalhos não são tão necessários a Cafh como para a própria alma e é um dos meios de que Cafh se vale para capacitar os Filhos para o trabalho divino. Toda resistência é, por isso, daninha. Toda falta de disposição faz improdutivo o trabalho.
No afã de orientar as almas para o cumprimento das leis divinas, Cafh introduz e cultiva entre seus Filhos o conceito de hierarquia, tão real nos mundos superiores, e que tanta resistência provoca, no entanto, no mundo dos homens. Este conceito é um dos fundamentos da obediência aos Superiores, instituída pelo Regulamento.
Por outro lado, a obediência é uma virtude básica para o progresso espiritual. Sem ela, nenhuma virtude pode ser considerada definitivamente realizada, visto que é a obediência, cumprida desde os primeiros passos no Caminho, a que desafeiçoa a alma da vontade pessoal, sempre passional, submetendo-a à vontade de um Superior, a qual, ainda se tal não fosse, pelo só fato de ser estranha, já é mais divina que a pessoal.
De maneira que, seja pela saúde da alma, seja pela devida organização de Cafh, a obediência é um requisito regulamentar essencial.
O Regulamento também impõe o dever de respeitar os companheiros. Nunca se deve esquecer que o vínculo que une os Filhos é a amizade espiritual, nascida da comunidade de ideais e de sua permanência no seio de Cafh. A natureza deste vínculo é superior a todo formalismo convencional e se expressa por um mútuo respeito.
A obediência e o respeito se manifestam externamente, dando a cada um o lugar e o título correspondentes, segundo estabelece o Método.
O Regulamento estabelece a obrigação moral dos Filhos de fazer uma contribuição mensal para o sustento das obras protegidas por Cafh ou outras. Com isto, os Filhos contribuem para afiançar um aspecto material da Grande Obra, ao oferecer seu beneficio espontâneo à humanidade.
Não deve o Filho sair do Raio de Estabilidade de sua respectiva Távola.
A estabilidade fixa a aura da Távola sobre o ambiente. Circunscreve um raio e esparge dentro do mesmo sua influência.
Se a Távola une todos os seus Filhos com fio magnético e atua deste modo, a ausência de um Filho desordena o conjunto e, em conseqüência, malogra a expressão deste.
Quando um Filho necessita ausentar-se por uma justa causa, deve pedir permissão a seu Superior, a fim de que este, avaliando a causa, outorgue ou não a permissão e, ao fazê-lo, substitua o ausente no Corpo Místico de sua Távola.
Obrigação do Filho é, da mesma forma, pedir permissão para faltar a uma reunião quando, por um motivo inevitável, não puder assistir à mesma.
Já foi dito que as reuniões que os Filhos fazem são encontros sagrados, aos quais não se deve faltar. Se o Filho, por um motivo justo faltasse sem permissão, colocar-se-ia em uma posição altiva, presunçoso de suas razões. Porém, se humildemente expusesse tais razões ao Superior, sacrificando sua personalidade, redimiria sua ausência aos olhos dos Mestres.
Se em uma organização externa, a mudança de domicílio dos membros deve ser comunicada com a finalidade de uma melhor organização, em Cafh isso é muito mais importante, desde que é no domicílio do Filho onde deve alojar-se a Grande Corrente.
Toda mudança deve ser então, comunicada, para que o Superior possa circunscrever o campo magnético onde se derramarão suas bênçãos.
Procurar o engrandecimento de Cafh, também imposto pelo Regulamento ao Filho é, realmente, o método mais direto para o auto-engrandecimento.
Quanto mais fervor põe a alma em suas relações com Cafh, tanto mais se despersonaliza e vive na grande órbita vibratória de Cafh.
Quanto mais trabalha por Cafh, tanto mais se aproxima do trabalho divino e tanto mais se afasta do limitado círculo dos problemas pessoais.
O fervor a Cafh abre a alma à compreensão das demais almas e expande o coração para fazê-lo apto ao sentir do Grande Amor.


Ensinança 9: Dos Benefícios dos Filhos

Cafh é um organismo vivo. Desenvolve-se e cresce na medida em que os Filhos põem fervor, respeito e dedicação no mesmo, como organização ou como agrupação de almas.
A Grande Corrente é a soma dos esforços e energias oferecidas pelos Santos Mestres e Grandes Seres, desde tempos imemoriais, para ajudar os homens a realizar neles os desígnios divinos.
Existem outras correntes que colaboram com a Universal, na realização de determinadas partes do Plano Divino de ajuda, ao mesmo tempo que participam como canais de propagação da Grande Corrente.
Cafh participa da Grande Corrente e tem sua Corrente própria formada pela contribuição de todos os que pertenceram a ela e daqueles que, em todo momento, esforçam-se através dela para trabalhar pelo adiantamento das almas.
Esta Corrente impregna todos os Filhos, variando a intensidade segundo a categoria à qual o Filho pertença.
A categoria revela o grau de identificação do Filho com Cafh. A uma maior identificação corresponde, naturalmente, uma maior proporção da Corrente; e isso implica outro benefício para os Filhos.
A ensinança espiritual possui características que a distinguem da ensinança comum.
A ensinança comum tem por objetivo a transmissão de um conhecimento em forma oral ou escrita, de mestre a discípulo. O discípulo pode, da mesma maneira, propagar este conhecimento entre seus companheiros.
Mas, no terreno espiritual, a ensinança tem um significado muito mais profundo, mais amplo e sobrenatural.
Além disso, a ensinança espiritual não é impartida tão somente durante a hora de estudo e em forma de lições. Uma repreensão oportuna, uma admoestação, um estímulo ou uma mortificação são, muitas vezes, fontes de conhecimentos de importância para a alma. Ainda a mera reação do Superior frente a um gesto ou a uma palavra de seu discípulo encerra para este uma valiosa observação. E é que, com cada ensinança, o Mestre transmite algo de sua vida que para o Filho é saber, experiência e força.
Os retiros, as conversas, os passeios coletivos, as viagens são outras tantas ensinanças vivas que Cafh - por intermédio de seus Superiores - grava nas almas dos Filhos. E, como cada Filho requer a ensinança que seu estado necessita, tão somente possui então, uma parte da mesma.
Poder pedir conselho aos Superiores é outro dos benefícios que Cafh oferece a seus Filhos.
Cafh volta a reunir a fé daquele que busca um conselho, com a luz daquele manancial. Restitui a hierarquia do homem espiritual, valorizando o conselho que os Superiores podem dar às almas, instituindo-o como um benefício para os Filhos e como uma sagrada missão para os Superiores.
Há outro benefício do qual gozam os Filhos de Cafh.
Já se falou, ao falar do Cavalheiro Grande Mestre, do valor que esta hierarquia espiritual representa para Cafh. O Regulamento previu, por isso, uma vida retirada para o Cavalheiro Grande Mestre e estabeleceu que exercesse a direção dos Filhos e das Távolas por intermédio dos Superiores.
No entanto, os Filhos necessitam muitas vezes, não do tom habitual de seu Superior, mas de uma palavra extraordinária. Seu estado pode requerer, não a limitada inspiração do Superior, mas a palavra de quem vive em contato permanente com a Grande Corrente e para a Grande Obra.
Daí que os Filhos possam chegar até ao Cavalheiro Grande Mestre, por escrito e sem intermediários. Naturalmente que isso não há de ser em vão e por nímias razões. O Espírito do Regulamento há de inspirar ao Filho a devida oportunidade para isso.
Outro benefício inapreciável é o de ser auxiliado em caso de grave necessidade.
Desejos fomentados intensamente, vícios e inclinações passionais incontroláveis, muitas vezes se apresentam na forma de necessidades, frente ao limitado entendimento humano.
Somente uma devida compreensão das almas pode estabelecer a existência real de uma necessidade e o grau em que ela repercute sobre o ser, e permitirá então, um verdadeiro auxílio e uma bem entendida caridade.
Nem sempre a pobreza é negativa, pois tira da alma lastros de orgulho e vaidade; e ainda a dor física diminui no homem a arrogância e a soberba.
Quando existe uma verdadeira e grave necessidade, Cafh vai em auxílio do Filho. O Regulamento assim o estabelece, para bem das almas, ao incluí-lo entre os benefícios de que os Filhos gozam.
De diversos modos, Cafh assiste seus Filhos em suas enfermidades.
Em princípio, toda enfermidade implica um desequilíbrio orgânico que deve ser restabelecido. O médico e os medicamentos são os meios apropriados para tal efeito. No entanto, muitas enfermidades se agravam por falta de disposição interna do indivíduo para sua melhora e do estímulo psíquico adequado. Cafh se faz presente então, mediante a assistência do Superior, a afluência da Grande Corrente e as orações; fatores estes que ajudam o doente a se restabelecer.
Por outro lado, os vícios da gula, da luxúria e ainda da avareza são também causa de enfermidades de toda espécie. A metodização que Cafh inculca, a sobriedade - que é fruto de sua ensinança espiritual - e a higiene corporal que prescreve são importantes fatores de prevenção contra tais enfermidades.
Mas, onde a assistência se faz materialmente perceptível, é ao lado do leito do enfermo. Até ali acode Cafh com a presença de seus Superiores, o cuidado de seus Filhos, a oração de seus grupos e a contribuição econômica necessária para ajudar a alma do Filho a levantar seu corpo do leito de dor.
Cafh também assiste seus Filhos na hora da morte e depois da mesma.
Enquanto não tenham sido abertos os olhos espirituais da visão transcendental, não se compreenderá suficientemente a importância que tem a assistência ao moribundo.
Cafh, enamorada da alma, não somente cuida desta durante a vida, senão que também a dispõe para o além.
Produzida a separação, o Filho não atravessa sozinho o caminho para sua morada astral. Os Cavalheiros Protetores de Cafh o acompanham e assistem na travessia. Verdadeiro consolo implica para o Filho, familiarizado com o conceito da vida post mortem, saber que o Cavalheiro do Umbral pacientemente espera para estender-lhe a mão. E, que a Santa Companhia, rodeando-o, há de levá-lo com sua espiritual proteção ao anelado descanso, e não a um infeliz prolongamento da luta que determinou sua morte.


Ensinança 10: Dos Exercícios Espirituais

Os exercícios espirituais de Cafh capacitam a alma para o alcance da técnica da ascética e da mística.
Os exercícios espirituais, em seu conjunto, fazem que esta técnica habitue o corpo físico, as faculdades psicológicas e as forças mentais a se orientarem subconsciente e superconscientemente para o fim proposto: a União com Deus.
Certos exercícios espirituais são comuns a todos os Filhos de Cafh e estes estão bem registrados no Método. Desde a casa do Filho até seu modo de efetuar uma viagem, tudo está dentro do ritmo de uma modalidade determinada para obter de todos eles um máximo de rendimento. Isto, até chegar ao cumprimento de atos não isolados, mas de conjunto, que formam um hábito de bem - indispensável para o alcance dessa técnica que há de levar o Filho para o interior de sua alma.
O que é exigido nas Távolas de Solitários, já não são somente atos comuns da vida, orientados para um determinado fim e feitos de um determinado modo; senão que é parte de seu tempo diário o que há de ser dedicado a seus exercícios espirituais.
A leitura espiritual, a recitação de certos hinos e orações, a meditação, é uma obrigação que fará desses exercícios, estranhos no início, hábitos indispensáveis para a vida do Solitário.
A vênia - que continuamente há de solicitar a seus Superiores para efetuar certos atos da vida - e o controle a que continuamente estes estão submetidos fortalecem todas as molas psíquicas e predispõem os nervos e toda a psicologia do ser, a sentir determinadas reações habituais e rápidas para a obtenção de certos efeitos místicos interiores.
Para os Ordenados, estes exercícios espirituais se transformam em uma contínua prova diária, já que eles estão íntegra e continuamente submetidos a eles.
O Raio de Estabilidade, severíssimo; a clausura de seus aposentos e quartos; o controle de todos os seus atos, até o mais insignificante; a falta de liberdade para expressar suas opiniões verbais ou por escrito; todos estes são exercícios espirituais de ordem superior que, ao encerrarem a alma em um círculo de fogo, queimam sem misericórdia todos os hábitos resultantes da vida anterior, para deixar somente o hábito divino da presença de Deus, do abandono nos braços da Divina Mãe e da suprema realização mística.
Os exercícios espirituais produzem um sentimento de vergonha e são uma atadura para os homens mundanos. Todos os aspirantes - ou a maioria deles - acharão estes exercícios fastidiosos e inúteis, mas o Filho que persevera no caminho descobre, dia a dia, o mérito deles e lhes dá o valor e a importância que têm, pois são os instrumentos mais valiosos da perfeição espiritual.


Ensinança 11: Dos Solitários         
        

Os Filhos das Távolas de Solitários têm, como tais, uma série de obrigações peculiares.
Além dos exercícios espirituais indicados na ensinança respectiva, os Solitários devem concorrer mensalmente a uma conferência particular com o Superior da Távola.
Abrir a alma ao Superior, expondo-lhe seus problemas, é resguardar mais prudentemente a saúde da alma e dispor-se para uma melhor orientação espiritual. A incompreensão, a impaciência e a dúvida podem originar estados internos negativos, imperceptíveis para o Filho. A comunicação dos mesmos ao Superior facilita a intervenção deste e a conseqüente superação do estado. Ainda o excessivo entusiasmo pode ser canalizado para um melhor aproveitamento.
Os Solitários devem também informar a seus Superiores dos acontecimentos materiais e espirituais de sua vida.
Esta medida permite ao Superior um maior conhecimento da alma e uma devida valorização de tais acontecimentos. Os Filhos atribuem, muitas vezes, a determinados fatos, uma importância que não é tal para sua alma. Outras vezes, tiram importância de fatos de transcendência espiritual. O Superior pode, conhecendo estes, estimular o Filho para a repetição daqueles que são frutíferos para sua vida interior, ensinando-lhe assim a apreciar devidamente os diversos passos de seu progresso espiritual.
O Regulamento enumera especialmente algumas circunstâncias nas quais o Filho, não somente deve informar o Superior, mas solicitar sua bênção: para comprometer-se em casamento, mudar de emprego, dar ou tomar empréstimo, vender ou comprar bens móveis e imóveis de certo valor.
Há outros fatores que são ainda de maior transcendência para a alma e que requerem, por isso, a vênia do Cavalheiro Grande Mestre, tais como, casar-se, adquirir ou alienar bens de grande valor.
Este dever dos Solitários, esta limitação de sua liberdade para disporem de si mesmos e de seus bens, é de sumo proveito espiritual. Reduz a vontade pessoal, diminui o egoísmo natural do direito de propriedade e fomenta a impersonalidade: faz a alma mais livre.


Ensinança 12: Dos Ordenados

Poucas são as disposições do Regulamento com respeito aos Ordenados. Estes se acham submetidos em tudo, à vontade do Cavalheiro Grande Mestre e somente suas obrigações genéricas se encontram estabelecidas no Regulamento.
O dever primordial dos Ordenados é viver em um lugar comum, sob as ordens de um Superior e ajustar sua vida ao preceituado no Método.
A vida em comum, além de fomentar a metodicidade - que favorece o desenvolvimento místico - circunscreve a Corrente a um determinado ponto, facilitando sua conservação e devida irradiação.
Viver sob as ordens de um Superior significa uma contínua sujeição da vontade pessoal à daquele; permite exercitar-se na obediência e dedicar a atenção a um só objetivo, despreocupando a mente dos múltiplos problemas que a vida no mundo origina.
Ajustar a vida ao preceituado no Método impede o girovagar e a busca inveterada, em textos e doutrinas, de métodos, exercícios e modos espirituais de viver, aos quais estão afeitas as pessoas desordenadas.
A vida em Comunidade origina uma série de trabalhos, em consonância com a missão específica de cada Távola. Seja qual for o trabalho que devam cumprir os Ordenados, todos se acham regulamentarmente obrigados a efetuar diariamente meia hora de meditação, meia hora de leitura espiritual, meia hora de exame retrospectivo e orações da noite, sem prejuízo de dedicar ao estudo e à vida interior, o maior tempo possível.
Dispõem de suas rendas, em tal situação, na medida e quantidade que o Cavalheiro Grande Mestre considerar conveniente para seus gastos pessoais; mas, sem poder fazer gestão alguma a seu respeito.
Os Ordenados podem ser eximidos de viver em Comunidade, se o Cavalheiro Grande Mestre o dispuser. Em tais casos, prosseguirão em suas ocupações e trabalhos, mas ajustando-se sempre às normas que o Superior lhes assinalar.
Terão direito, não obstante, de reintegrar-se à Comunidade durante um lapso de tempo, anualmente, até que, terminado seu trabalho exterior, o Cavalheiro Grande Mestre decida incorporá-los definitivamente. 


Ensinança 13: Dos Cavalheiros Mestres


O Cavalheiro Mestre é a autoridade máxima da Távola. Sua missão consiste em velar paternalmente sobre os interesses espirituais, morais e materiais dos Filhos a ele confiados.
Velar paternalmente exclui o mando arbitrário, mas origina certa severidade própria de um chefe de família. Implica, além disso, desinteresse pessoal, amor invariável às almas e zelo espiritual.
A amplitude da responsabilidade do Cavalheiro Mestre está em relação com a importância dos interesses dos quais deve cuidar. Pois não há de se limitar tão somente ao cuidado do processo espiritual dos Filhos, mas também de seus interesses materiais e sociais, já que uns e outros estão vinculados com a alma.
Ao ser eleito, o Cavalheiro Mestre assume essa responsabilidade não somente ante os olhos de Deus, mas também ante o Cavalheiro Grande Mestre, a quem deve dar conta, periodicamente, de seus atos e dos atos dos Filhos de sua Távola. Visto que é o Cavalheiro Grande Mestre que o transforma, mediante o ato da confirmação, em canal da Corrente de Cafh, custódio de seu conhecimento e instrumento de sua Obra.
Quanto à forma em que o Cavalheiro Mestre deve exercer sua autoridade, diz o Regulamento que ela há de ser eminentemente moral. Isto equivale a dizer que não imporá essa autoridade por nenhum outro meio que não seja o exemplo de sua vida virtuosa e de consagração.
Dentro do trabalho espiritual que cada Távola desenvolve, o Cavalheiro Mestre tem funções que lhe são privativas.
Assim, corresponde ao Cavalheiro Mestre ditar os retiros dentro de seu Raio de Estabilidade. Os retiros implicam, para os Filhos, fontes de estímulo, crescimento do fervor místico e, para isso, nada melhor que os dirija o Cavalheiro Mestre, em quem, pela eleição e confirmação, pressupõe-se que existam as condições para isso.
É, do mesmo modo, função exclusiva do Cavalheiro Mestre, a de receber os Filhos em conferência particular. Já se falou da importância que estas conferências têm para os Filhos. Por isso, é necessário que seja o Cavalheiro Mestre quem as realize, ainda quando aconteça que ele não seja o Diretor Espiritual do Filho.
Por outro lado, incumbe ao Cavalheiro Mestre vigiar as ensinanças que são ditadas na Távola, instruindo os Oradores, impartindo-as ele mesmo e ainda solicitando ao Cavalheiro Grande Mestre, Oradores de outras Távolas, se a sua não os tiver.
Finalmente, o Cavalheiro Mestre deve velar pelo cumprimento do Regulamento, fazer com que os Filhos se mantenham dentro do Raio de Estabilidade da Távola, manter contato com os Secretários dos grupos e fazer efetuar as reuniões de números. Também deve fazer com que os Filhos de Cafh cultivem candidatos para ingressar na Sagrada Ordem. Esta tarefa deve ser-lhe particularmente própria.
O Regulamento prescreve minuciosamente a forma em que deve ser efetuado o ato eletivo do Cavalheiro Mestre. Trata-se de um ato de importância transcendental para a Távola, ao qual os Filhos devem concorrer com unção espiritual. É a única oportunidade em que a Távola se reúne em plenário e, alentada por um só propósito, conjuga nesse dia, suas forças emotivas e mentais. A assistência espiritual é então intensa, o que permite aos Filhos dar voto com o pensamento posto no bem das almas e não em nenhum interesse secundário.
Se grande é a confiança que Cafh deposita nos Cavalheiros Mestres, grande é também a missão que desempenham: por sua categoria, por sua beleza, pelo conhecimento que oferecem. E porque, no trabalho de encaminhar as almas a Deus, o Cavalheiro Mestre, insensivelmente, se aproxima, ele próprio, de Deus.


Ensinança 14: Dos Votos


Salvo extraordinárias exceções, o fervor místico não é sustentado sempre com a mesma intensidade pela alma. Entusiasmos e decaimentos periódicos marcam o Caminho que conduz a Deus. O triunfo é daqueles que, seja qual for a etapa e o estado que atravessem, nunca perdem de vista o ideal forjado.
Para conseguir a realização anelada, a alma se ata aos diferentes trechos do Caminho, mediante os votos. Estes são obrigações que os Filhos se impõem para comprometer suas energias no cumprimento dos mesmos.
Cafh, conhecedora da capacidade de consagração que, a diversas alturas do processo os Filhos podem ter e, para que estes tomem sobre si obrigações realizáveis, impõe e gradua os votos de acordo com as diferentes categorias e grupos, através do Regulamento.
A seriedade do primeiro passo do aspirante que ingressa em Cafh, está dada por sua imediata emissão do Voto de Silêncio.
O Voto de Silêncio é como o batismo espiritual do Filho; a emissão do mesmo e sua recepção pelo Superior incorporam o aspirante à Corrente de Cafh e o fazem compartilhar do segredo que vela o nome e a organização da Sagrada Ordem.
Os votos é a expressão exterior, entre o Filho e Cafh, da promessa interior e divina formulada com a Divina Mãe.
Os Votos Temporários podem ser dissolvidos por ambas as partes, a qualquer momento.
Os Votos Solenes não podem ser dissolvidos por nenhuma causa pelos Filhos, mas sim pelo C.G.M.
Os Votos Perpétuos não podem ser dissolvidos por nenhuma das partes.
Às vezes, os aspirantes ingressam diretamente em uma Távola de Solitários. O caminho normal é o de familiarizar-se paulatinamente com a vida e com a Corrente de Cafh, o que é dado pelo ingresso em uma Távola de Patrocinados.
Após experimentar mudanças externas e internas, a alma adere a Cafh. Sente-se impulsionada então, naturalmente, não somente a guardar silêncio, mas também a ser fiel. Para uma maior realização desta virtude, compromete novamente sua vontade, emitindo para isso, o Voto de Fidelidade.
O Voto de Silêncio é uma aproximação da alma a Cafh; o Voto de Fidelidade é uma introdução de Cafh na alma. O primeiro encerra em Cafh o novel aspirante; o segundo o consagra à Obra, pela força de amor que seu coração já gerou.
Pode-se dizer que Cafh começa seu verdadeiro trabalho de modelagem sobre o Filho, quando este emite o Voto de Fidelidade, visto que a progressiva realização desta virtude embeleza a alma, fá-la delicada, circunspecta e nobre. Este voto a induz a observar-se e a superar-se, já que ser fiel implica na necessidade de controlar atos e pensamentos, para adequá-los ao objeto da Fidelidade.
O Voto de Obediência corresponde aos resolutos buscadores de Deus. Não o emitem os Patrocinados nem os Filhos pertencentes aos grupos inferiores de Solitários. Somente fazem Voto de Obediência os Cavalheiros e Damas de Solitários, e os Filhos Ordenados.
Submeter a vontade pessoal à de um Superior, por amor à verdadeira liberdade, é um passo decisivo na vida espiritual.
A alma percebe, ao cabo de um tempo, que o cumprimento de suas obrigações, sua consagração e ainda seu amor à Divina Mãe são, em último termo, uma satisfação pessoal, um nobre prazer, pois sempre é a vontade pessoal a que dirige seus passos e gradua sua realização. É então quando decide dar um sentido impessoal a seu trabalho espiritual, submetendo-se, com o Voto de Obediência, à vontade, mais livre, do Superior.
A vontade pessoal cria os problemas, fomenta as ambições e traça pequenas pegadas ao lado do Caminho espiritual. A Obediência, ao desapegar a alma de sua vontade passional, destrói estas limitações e a consagra totalmente ao Caminho.
O processo de liberação da vontade pessoal começa com a Obediência e segue com a Renunciação.
Quando o Filho compreendeu que ainda a Obediência não leva à perfeita liberdade, visto que sempre fica uma dose de vontade pessoal que escapa à sujeição das normas e do Superior, compromete resolutamente seu destino, formulando o Voto de Renunciação. Nenhum preconceito individual ou social, nenhum afã ou desejo poderá levantar-se por muito tempo na alma, pois ela sabe que, definitivamente, e sobre todas as coisas, renunciou a toda manifestação de sua própria vontade.
É através destes quatro votos que Cafh canaliza a indefinida inquietude do aspirante para a realização da liberdade perfeita: aquela que, rompendo todo molde e formas pessoais, lança a alma no seio infinito da Divina Mãe.


Ensinança 15: Atributos, Hábitos e Festividades de Cafh

Desde os tempos imemoriais, têm-se usado, nas Ordens esotéricas, atributos e hábitos. Cafh também tem os seus.
O atributo tem um valor simbólico e outro real. Seu valor simbólico reside na idéia que representa; recorda continuamente à alma aspectos da divindade que ela anela realizar. Seu valor real está no magnetismo de que foi impregnado, o qual o converte em uma fonte de bem-estar para seu portador.
O uso dos atributos tem sua importância. Em primeiro lugar, ao colocar o atributo, o Filho estabelece uma separação entre o ambiente mental do qual procede e o ambiente espiritual no qual penetra nesse momento. Além disso, o atributo soleniza a reunião e recorda permanentemente ao Filho que está vivendo esses momentos de transcendência para sua alma e não de distração mundana.
Os atributos que o Regulamento prescreve para as diversas categorias de Filhos são: o colar, a espada, o cavalo, o anel, a lâmpada e a cruz.
O colar, composto por quarenta e nove elos e uma medalha de prata, simboliza os 49 centros de força que, iluminados, mostram a glória do Iniciado. São os 49 centros primordiais que atualizam a energia cósmica no homem, fazendo-o apto para a realização. A medalha leva inscrito o nome espiritual do Filho; nome que, pronunciado de um determinado modo, produz uma vibração que faz sintonizar com estados superiores.
A espada de aço simboliza o esforço individual, a vontade posta a serviço do aperfeiçoamento da alma. É o atributo mais pessoal, pois sua magnetização é fruto das conquistas psíquicas e espirituais do Filho; e é de duplo fio, porque corta sem contemplações as ataduras, inclinações e lembranças, ao mesmo tempo que abre brechas nos mundos superiores.
A cabeça do cavalo simboliza o cavalo ou o domínio da alma sobre o corpo.
O atributo mais importante está indubitavelmente representado pelo anel.
A coroa é sinal de distinção própria da linhagem espiritual à qual pertence o Cavalheiro. E o signo de Ank que ostenta simboliza o laço de união permanente entre o divino e o humano que sugere à alma a busca do equilíbrio entre a matéria e o Espírito. O brilhante representa o sol do Espírito e é, no anel, o acumulador do magnetismo que irradia harmonicamente através das oito faces da coroa.
A lâmpada é atributo do Ordenado. Sua chama, sempre acesa, sugere à alma a necessidade de velar permanentemente, de ter o fogo aceso, que é elemento de purificação; simboliza a mente em constante estado de oração e recolhimento.
A cruz iniciática do C.G.M. e dos C.M. é símbolo de poder espiritual orientado para a suprema realização.
O uso do hábito é, da mesma forma, de importância espiritual. Ao pôr-se o hábito, o Filho deixa fora o homem material para dar preponderância à sua alma. Juntamente com o atributo, o hábito separa atitudes e disposições mentais, facilitando um melhor trabalho espiritual. Os Filhos de Cafh, exceção feita aos Ordenados, não levam outros hábitos além dos trajes apropriados. Os Ordenados usam trajes de etiqueta e capa.
As festividades são oportunidades especiais nas quais Cafh oferece aos Filhos uma maior força espiritual e que proporcionam um aumento de fervor, uma maior confraternização e momentos de expansão. Geralmente coincidem com determinados aspectos planetários que facilitam uma maior magnetização. Por outro lado, em cada festa se realiza uma cerimônia característica, e as cerimônias são modos de distribuir a Corrente entre os Filhos.
Cada festividade tem seu significado simbólico. Assim, a festividade do dia vinte e oito da lua de fevereiro simboliza a abertura do Livro da Mãe. Os Filhos se reintegram aos estudos e à busca do conhecimento unitivo. A data é propícia para isso, já que a posição dos planetas com respeito à Terra produz uma irradiação favorável à atividade mental.
A festividade do plenilúnio de maio é a festividade do Espírito. As grandes e pequenas almas, anelantes de perfeição, que vivem para a Grande Obra, estimulam-se mutuamente nessa oportunidade com reuniões de conversa e sã alegria. As mensagens dos Mestres, os ágapes coletivos e a reunião conjunta de todos os Filhos os impulsionam a um trabalho mais intenso e a um maior zelo espiritual.
A festividade do Cavalheiro Iniciado tem, da mesma forma, um simbolismo marcado. Induz os Filhos à admiração do Homem Liberado, estado que constitui a meta de suas aspirações. Este simboliza o perfeito Cavalheiro, o excelso homem. A festa é dedicada ao Cavalheiro Grande Mestre, por representar este para os Filhos, a suprema autoridade espiritual sobre a Terra.
A festividade de fim de curso prepara o Filho para as férias. Provas e tentações aparecem quando o livro da vida se fecha por um tempo. Cafh prepara então, com uma festividade espiritual e a cerimônia conseguinte, as forças do Filho para a luta.
Atributos, hábitos e festividades são outros tantos meios mentais e energéticos pelos quais Cafh derrama sua força e espiritualidade nas almas de seus Filhos.


Ensinança 16: Dos Superiores


O Cavalheiro Grande Mestre é assistido em seu trabalho pelo Cavalheiro Mestre Secretário, que ele elege na Assembléia de Plenilúnio a cada cinco anos, dentre os Cavalheiros Mestres de sua Távola.
O trabalho do Cavalheiro Mestre Secretário é importante porque este pode ser temporariamente delegado da autoridade do Cavalheiro Grande Mestre. E, além disso, por suas funções privativas  - que são as de permanecer a seu lado e mediar entre o C. G. M. e os Filhos, como também de representá-lo ante as pessoas alheias a Cafh.
Já foi dito que para que o Cavalheiro Grande Mestre possa manter a Integridade da Grande Corrente e desenvolver seu trabalho espiritual em Cafh, há de estar recolhido em seu santuário e afastado do contato com pessoas estranhas. A função do Cavalheiro Mestre Secretário é a de facilitar que isso se verifique.
Quando uma Távola tem, como mínimo, 18 Filhos, é dirigida por um Cavalheiro Oito. Este tem as mesmas atribuições e obrigações que o Cavalheiro Mestre, mas não usa atributos especiais de seu cargo, não tem Secretário Particular, não podendo ausentar-se do Raio de Estabilidade sem autorização do Cavalheiro Grande Mestre. Deve ser Ordenado e sua eleição é realizada pela Assembléia de Plenilúnio.
A Assembléia de Plenilúnio é uma instituição de suma importância dentro de Cafh. A participação de todos os Cavalheiros Superiores na mesma, dentro de um lugar e tempo determinados, faz com que a força espiritual dirigente de Cafh esteja concentrada nesses dias para receber inspiração e energia dos Mestres, que será distribuída depois sobre as almas, trabalhos e obras de Cafh.
É por isso que, durante os dias de Plenilúnio, deverá ser intensificada a vida espiritual dos Filhos, a fim de que a Assembléia se encontre rodeada, em sua incumbência, de toda a potencialidade da Sagrada Ordem e que suas designações e eleições contem com a maior força espiritual possível.
As Távolas com reduzido número de Filhos são dirigidas por Delegados do Cavalheiro Grande Mestre, designados por ele. Esses Delegados podem ser Cavalheiros de qualquer categoria. Estes são meros representantes do Cavalheiro Grande Mestre e carecem do poder da bênção, sendo a mesma impartida às Távolas que eles dirigem, por um Cavalheiro Mestre da Távola Mãe da América.
Mas, todos os Superiores de Cafh têm a mesma e sagrada função a cumprir: acender nas almas a chama do Divino Amor, transmitindo-lhes a ancestral sabedoria dos Cavalheiros do Fogo, e fazendo-as partícipes do Poder da Grande Corrente, recebido das mãos do Cavalheiro Grande Mestre.
Algumas disposições do Regulamento não foram analisadas no decurso das ensinanças precedentes. Os comentários feitos até aqui hão de servir, no entanto, de indício da sabedoria encerrada no Regulamento e do modo de achar, naquelas, o sentido espiritual que as anima.
Mas, sobretudo, o Filho há de ter presente que o amor posto na observância do Regulamento faz com que este manifeste seu Espírito.


INDICE

Ensinança 1: Do Espírito do Regulamento
Ensinança 2: Cafh
Ensinança 3: Do Regulamento
Ensinança 4: Do Cavalheiro Grande Mestre
Ensinança 5: Dos Filhos
Ensinança 6: Das Távolas
Ensinança 7: Da Admissão dos Filhos
Ensinança 8: Das Obrigações dos Filhos

Ensinança 9: Dos Benefícios dos Filhos
Ensinança 10: Dos Exercícios Espirituais
Ensinança 11: Dos Solitários
Ensinança 12: Dos Ordenados

Ensinança 13: Dos Cavalheiros Mestres
Ensinança 14: De los Votos
Ensinança 15:Atributos, Hábitos e Festividades de Cafh
Ensinança 16: Dos Superiores


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