ÍNDICE: Ensinança 1: A Palavra de HesEnsinança 2: Definições das Palavras de Hes Ensinança 3: Explicação das Nove Primeiras Palavras Ensinança 4: As Dez Palavras da Criação Ensinança 5: As Oito Palavras Planetárias Ensinança 6: As Sete Palavras Virtuais Ensinança 7: Símbolos Gráficos Ensinança 8: Não Ser Ensinança 9: Ser e Não Ser Ensinança 10: Cronologia Hindu Ensinança 11: O Gênese Ensinança 12: O Despertar Ensinança 13: A Manifestação Primeira Ensinança 14: A Criação Universal Ensinança 15: A Formação dos Sistemas Planetários Ensinança 16: A Humanidade Ensinança 1: A Palavra de Hes
Ensinança 5: As Oito Palavras Planetárias
A terceira representação é igual à segunda. Mas, no centro do disco luminoso apareceu um ponto e é: o DESPERTAR.
Por último, do quadrado preto desapareceu o círculo e somente ficou a cruz: a HUMANIDADE. Se esta fosse uma ensinança correta, não poderia ter nada além do desenho feito acima.
Ensinança 9: Ser e Não SerHá aqui, no entanto, uma explicação para esta ensinança, para que o estudante possa compreender porque o Não Ser não pode ser explicado pela mente humana. Quando os imensos cursos que, de eternidade em eternidade, propagam a força potencial e ativa do Universo voltaram a abismar-se no seio do Não Ser, onde ficou relegada a atividade e a potencialidade do Deus Criador? Onde estavam os resplandecentes fatores da energia? Onde estavam as figuras luminosas dos Deuses Arquitetos? Já nada existia. Tudo voltou a seu primitivo estado e tudo foi absorvido no seio do incomensurável sem duração. Nem o tempo existia. Porque, como pode existir tempo sem duração? A Mente Universal tampouco existe no incondicionado porque, onde poderia Ela caber naquela imensidão que não tem suportes para sustentá-la? Unicamente a treva preenchia a imensidão sem limites. Tudo dormia o sono sem sonhos da Infinidade. Mas, todas estas frases não são senão pueris conceitos daquilo que carece de palavras para ser expresso. Quando se quer dar uma explicação do Absoluto, por pura e seleta que seja, cai-se inexoravelmente no dogma, no sofisma, na especulação. Estas são idéias que unicamente por abstração podem-se chegar a intuir, pois como penetrarão os seres com mente humana ali onde a mente não existe? Os Grandes Iniciados, que nas horas de êxtase chegaram às margens do Mar Eterno - de onde se vislumbra o estado incondicionado de Deus e de onde muito poucos voltam ao estado de consciência - jamais tiveram palavras para expressá-lo. Se tudo desaparece no Imanifestado, então este estado de Não Ser é a suprema aniquilação, é a nulidade absoluta, é o vazio completo. Assim pensa o estudante ante esta definição. Mas, maravilha da Substância Eterna! Como do nada, nada pode devenir, como nada do que foi pode desaparecer, assim como sempre permanece o Imanifestado, simultaneamente, nunca deixa de ser o Manifestado. Estas etapas de Imanifestação e Manifestação são linhas que a mente humana traça para explicar para si mesma a Essência em si e a Essência Expressa de Deus. Mas, em realidade, o Manifestado e o Imanifestado nunca mudam de aspecto: sempre são. Se mudassem, existiriam dois Deus, conjuntamente. É similar ao ser que acredita que percorreu um trecho de caminho no período de tempo que a duração de sua existência lhe ditou. O que fez senão sonhar com os olhos abertos sobre sua própria ilusão? A ilusão de ontem é a duração de tempo de hoje, e o homem compreende que o ontem e o hoje não são senão volúveis reflexos de sua imaginação mental. Mas, vence o tempo e a duração, e vive a magnificência da hora presente, do momento Eterno. Diz bem um filósofo contemporâneo: “Se quiserdes ser felizes, esquecei vosso passado e não vos preocupeis por vosso porvir. Vivei plenamente o momento presente”. O ser vive simultaneamente, a ilusão e a hora abstrata. Um nada saiu de outro e, no entanto, os dois aspectos, ilusão e realidade, Manifestação e Imanifestação, estão sempre tão estreitamente unidos que nunca podem ser separados.
Ensinança 10: Cronologia Hindu Quando, segundo a expressão de Helena P. Blavatsky, “o Absoluto adormeceu uma vez mais, envolto em suas invisíveis vestes, por Sete Eternidades”, entende-se por vestes, Deus como Manifestação. A Manifestação Divina, que em realidade não tem separação do Incondicionado, expressa-se no Universo dividida em três grandes etapas. A primeira é a raiz universal, Espírito em Si, causa e raiz primeira do Universo. Para a mente humana, ali é noite ainda. Os hindus a chamam Mulaprakriti. A segunda é Espírito e matéria; a vida e a existência; o Espírito do Universo e a matéria toda; Purusha e Prakriti; o cego de fortes pernas que leva sobre suas costas o aleijado que lhe indica o caminho. Hes e Ahehia. A Mãe que dorme e a Mãe que vela. A terceira é a Alma Universal, a Mente do Cosmos, Mahat. É a ideação criadora, o movimento energético e a essência inteligente da matéria. Os Vedas chamam o tempo da Imanifestação: Grande Pralaya. E, o tempo da Manifestação: Manvantara. Um período cíclico é um Kalpa e todo um período universal é um Maha Kalpa. Os hindus dividem o tempo da seguinte maneira: 150 trutis (piscar) = 1 segundo 1 ghârîs = 24 minutos 2 ghârîs = 1 mahurta = 48 minutos 30 mahurta = 1 dia 1 pitrya = 1 mês 1 daiva = 365 dias, 5 horas, 30 minutos e 31 segundos (1 ano aproximadamente) 1 “ano” daiva = 360 daivas 1 chatur yuga = 12.000 “anos” daiva = 4.320.000 daivas 1 chatur yuga compreende: 1 satya yuga = 4.800 “anos” daiva = 1.728.000 daivas 1 trêtâ yuga = 3.600 “anos”daiva = 1.296.000 daivas 1 dvâpara yuga = 2.400 “anos”daiva = 864.000 daivas 1 kali yuga = 1.200 “anos”daiva = 432.000 daivas1 Brâhmâ-dîna (dia de Brâhmâ) = 1.000 chatur yugas = 4.320.000.000 daivas. 1 Brâhmâ-râtrî (noite de Brâhmâ) = 4.320.000.000 daivas. O dia de Brâhmâ, período de Manifestação, é chamado também de Manvantara e se opõe à noite de Brâhmâ, período de repouso ou Pralaya. 1 kalpa (1dia e 1 noite de Brâhmâ) = 2.000 chatur yugas = 8.640.000.000 daivas. 1 ano de Brâhmâ = 360 kalpa = 3.110.400.000.000 daivas. 100 anos de Brâhmâ = 36.000 kalpa = 311.040.000.000.000 daivas. Ensinança 11: O Gênese O Gênese, explicado à luz da Sabedoria Divina, é de grande utilidade para ver o conceito único que os Grandes Iniciados tinham da Criação Universal. Estão aqui explicados os dez primeiros versículos do primeiro capítulo do Gênese. “No princípio, Deus criou os céus e a terra. E a terra estava desordenada e vazia, e as trevas estavam sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: “Seja a luz”; e foi a luz. E Deus viu que a luz era boa, e Deus afastou a luz das trevas. E Deus chamou à luz, Dia, e às trevas, chamou Noite. E foi “a tarde e a manhã”, um dia. E disse Deus: “Haja expansão em meio das águas”, e separou as águas das águas. E Deus fez a expansão. E separou as águas que estavam debaixo da expansão - das águas que estavam sobre a expansão. E foi assim. E Deus chamou a expansão, céus. E foi a tarde e a manhã, o segundo dia. E Deus disse: “Juntem-se as águas que estão debaixo dos céus em um lugar e descubra-se a seca”; e assim foi. E Deus chamou a seca, terra. E a reunião das águas, chamou mares; e Deus viu que era bom.” A Bíblia, ao estabelecer um princípio, um ponto de partida dentro do espaço e do tempo, estabelece desde já, uma existência pré-genésica de Deus. Esta existência anterior, não pode ser conhecida pela mente humana, pois Deus, em sua raiz indiferenciada, é o Incognoscível, o Incondicionado: Não É. Depois da diferenciação cósmica, estabelecida pelas palavras “no princípio”, só então se nomeia Deus como Criador, pois a Manifestação Divina aparece ao estabelecer-se - se assim se pode dizer - a diferença entre o não cognoscível e o aparentemente cognoscível. Todo o Universo foi feito por Deus, emanou do seio de Deus. Os céus é toda a Manifestação Cósmica, toda a Roda do Tempo, desde o princípio até o fim, com todos os seus sistemas planetários. Ao dizer a palavra “terra” entende-se que o Gênese quer explicar especialmente a formação de nosso sistema planetário, pois sabendo a história da formação de um sistema planetário, saber-se-á a história da formação de todos os demais sistemas. A Massa-Mãe, Substância Primordial, Espírito-Matéria e Alma do Cosmos, é a vida em potência. Ao dizer a palavra “desordenada”, estabelece-se o aspecto potencial da Substância Primordial. A expressão “e vazia” estabelece que no Universo não existe o vazio, pois o vazio é a matriz da vida em potência. As trevas é o Espírito em Si. A Raiz do Espírito é, para a mente humana, profundas trevas. São Dionísio Areopagita a chama, Raio de Treva. Todo o Universo está traçado, mas não conhecido. A face do abismo significa que este plano já foi traçado sobre a Substância Primordial. Está o Universo, por assim dizer, dentro de Deus no momento de ser manifestado. O Espírito de Deus é o Espírito Universal. Deus já se separou de seu Universo. Há uma diferença entre a palavra “estavam” e a palavra “movia-se”. Estando Deus como trevas sobre a face do abismo, Seu movimento é de retenção. Mas, movendo-se sobre a face das águas, Seu movimento é de extensão. O abismo já é chamado aqui “as águas”, porque a Substância Primordial, sob o sopro energético de Deus, transformou-se em Vida. A imagem do Criador está desde o princípio até o fim. Deus é diferente de seu Universo, mas vive dentro dele. Onde a mente do homem não pode penetrar, Deus é as trevas. Na magnificência de Sua manifestação, Deus é o puríssimo Espírito. Na conservação de Seu Universo, Deus é o Doador da vida, a própria Vida. Deus É. Sendo, impregna o Universo de Seu pensamento e Seu pensamento é a luz do Universo. O pensamento Divino é a energia do Universo. E ao dizer: “Foi a luz”, entende-se que até o menor átomo está iluminado pela luz divina, é conhecido por Deus. O reconhecimento de Deus como Criador de Si Mesmo está aqui afirmado. Deus se espelha em Si Mesmo. As trevas emanam a luz “e viu Deus que a luz era boa”. Deus, Treva, vê que a luz, Manifestação, Sua Obra, era boa. Havendo a Mente Divina ideado o Universo, ficam dissipadas as trevas e Deus fica encerrado dentro de seu Plano Divino, dentro do raio de luz que foi refletido por Ele mesmo. Deus é a Unidade, luz e trevas é uma mesma coisa. Mas aparentemente, visto desde o plano da Criação, a luz e as trevas é a dualidade divina. A dualidade de Deus é a força potencial e ativa do Universo. A expansão do Universo é um manvantara, um dia cósmico. Cada vez que Deus emite de Si mesmo Sua luz, é um verdadeiro dia-luz universal. A Manifestação Divina ou atividade vai seguida de um período de descanso potencial. Deus, depois de haver lançado toda Sua luz e sustentado o Universo por todo um dia cósmico, volta a reabsorver todas as Suas forças em Si Mesmo. As trevas é a imagem do descanso cósmico e a noite indica este período de descanso. O pralaya que segue o manvantara. Durante a Manifestação cósmica, esta se sustenta pelas mudanças contínuas e repetidas, por um contínuo devenir. “A tarde” é a destruição, a morte, a dissolução; “a manhã” é o princípio, a Criação, a expansão; “um dia” é a luz de Deus, a Idéia Divina, a eterna conservadora do Universo. As águas, Substância Primordial, são agitadas por Deus, Espírito Universal, e assim se efetua, em meio a elas, a expansão ou vida. As águas, vida do Universo, refletem a imagem do desejo divino continuamente e formam os milhões de mentes que trabalham no Universo. Seu movimento engendra a energia; e a energia dá forma à matéria. “E separe as águas” é a energia; “das águas” é a matéria. A expansão é o círculo hipotético que Deus traça no Universo, para que dentro dele se desenvolva a Criação. O círculo hipotético da Criação Universal se reflete em si mesmo, o potencial continuamente se torna ativo: “a expansão de cima” é o aspecto potencial da Criação e “a expansão de baixo”, sua parte ativa. O ponto mais próximo de Deus - mais simplesmente, a vibração mais sutil, mais obscura, mais difícil de captar - é a parte mais potencial da Substância Primordial, “expansão das águas de cima”. E a parte que emana dessa força potencial é a parte ativa, “águas de baixo”. A vibração ativa, por sua vez, é potencial para outra vibração mais densa e assim sucessivamente, até o infinitesimal. O “foi assim...” é uma expressão que tem um valor afirmativo extraordinário, como se marcasse uma lei matemática iniludível. O Gênese não estabelece diferenças a respeito da expansão: chama simplesmente “expansão” a todo o espaço vazio, a toda Substância Primordial disseminada dentro do Universo. A toda expansão, Deus chama: céus. ”Segundo dia” é imagem da Substância Primordial em sua manifestação de vida. Dentro do espaço vazio - Substância Primordial ou “céus” - vão coagular-se as vidas planetárias. ”A tarde e a manhã” é a balança da Criação: a Criação e a destruição, fator da conservação do Universo. A Substância Primordial se vai densificando cada vez mais, até que aparecem os corpos planetários. “Em um lugar”: o ritmo, a medida, é no Universo a primeira lei, o compasso da Criação. Os corpos planetários, ao se diferenciarem da Substância Primordial, aparecem dentro dela mesma como uma substância diferente, sem sê-lo. O planeta mais denso da Roda Planetária, aquele que se estabelece no zênite da roda, é a Terra, a morada da vida humana. Um corpo planetário nunca pode estar formado com um só elemento. A “reunião das águas”, que Deus chama de mares, são os elementos que mantêm o elemento terrestre: água, ar e fogo. Ao cumprir-se a primeira Cadeia Planetária, ao ver a obra cumprida, a isso o Gênese chama “ser bom”. Ensinança 12: O Despertar Começa a aurora de um novo dia de existência cósmica. Assim como a alba dissipa a escuridão da noite e vai estendendo aprazivelmente os véus luminosos do dia pelo espaço imenso, assim o “Não Ser” devém a “Ser”. A alba é uma imagem microscópica da grande alvorada do dia manvantárico. Nas profundidades sempiternas di Incondicionado, nas trevas profundas, um raio solitário foi gerado e emitido. Desse ponto primário ou Espírito Raiz surge a Imaculada Mãe, a criada por Si Mesma, a sempre Só. O Espírito em Si plasmou a Substância Primordial. Ambos são Espírito-Substância: Este triângulo representa o Ternário do Espírito Potencial. O Espírito em Si se reflete no Universo como Alma do Cosmos, gerando a Vida. 1. Espírito Universal
2. Alma do Cosmos 3. Vida Este triângulo representa o Ternário do Espírito Ativo. A Vida é Espírito-Mente, Matéria e Energia. 1. Mente 2. Matéria 3. Energia Este triângulo representa o Ternário do Espírito-Mente. Uma incomensurável vibração sacudiu o Seio Eterno. A escuridão surge da escuridão e a escuridão que surge daquelas Trevas Imanifestadas, ao ser revelada, emana a Luz. “Foi feita a Luz”. Trevas e Luz se espelham em si mesmas, produzindo a aparência manifestadora. É o solene momento do Despertar: o Espírito de Deus, Mãe Potencial do Universo, escuridão nascida das trevas, adejava sobre a face das águas, Espírito Universal e Mãe da atividade. O puro bloco de Luz, Ouro Místico, brilha nas incontaminadas águas silenciosas do Rio Eterno. O pensamento da Alma Cósmica produziu a diferenciação. Como um broto maravilhoso, o Espírito do Universo, o ventre da Divina Mãe expande-se de dentro para fora e se inverte, espargindo as gotas de seu sangue imaculado pelo espaço infinito, criando as maravilhosas cadeias dos Seres Construtores do Universo. Ao ser emitido o raio solitário, ao se produzir a Vibração Eterna, ficam manifestadas a Treva e a Luz, o Espírito e a Substância. A obscuridade fende a luz. Deus deposita no ventre puríssimo da Mãe, em Seu Útero Imaculado, o germe da Vida Universal. No útero do espaço ilimitado forma-se o Ovo Cósmico, fonte de toda existência. A Substância Primordial ou Matéria, que havia permanecido no seio da Mãe em forma indiferenciada e potencial, centraliza-se. A Substância Primordial não é o éter da ciência atual, pois este é somente uma modalidade da mesma. O éter cósmico é a matéria, em seu estado originário e homogêneo. Esta Substância Universal, Alma do Cosmos, é o akasa dos sábios hindus. É o abismo das antigas teogonias, onde o vazio não existe; são as águas da Criação bíblica. Esta Substância Cósmica permanece em estado uniforme e incondicionado enquanto o Espírito da Manifestação está reconcentrado em Si Mesmo como Espírito em Si. Mas, quando é a hora da Manifestação, plena ou ativa, a Luz Divina inunda completamente a Substância e brota a Vida. O conceito de que os mundos foram feitos pelo Sopro Divino é maravilhoso porque, em verdade, quando o Espírito Divino se manifesta, toda a Substância Universal se anima e vive. Ela é tão divina e eterna como o Espírito; somente sua forma é variável e perecedoura. O despertar da vida não é mais que a consciente ação do Pensamento Universal, que adstringe as primordiais substâncias em um movimento ordenado e rítmico. O Pensamento Universal se fixa sobre a Substância Cósmica e o resultado desta fixação é o movimento adstringente. O Pensamento Divino olhou a Substância ou Alma Cósmica e isto tira a mesma de sua uniformidade, dividindo-a em formas compactas e similares entre si, que começam a se mover por essa atração do pensamento, em um movimento rítmico. Os átomos universais, despertados pelo pensamento universal, separam-se e apressam-se a reunir-se, a distribuir-se, a numerar-se, para constituir as formas. A Substância Primordial se divide já em suas três partes: Mente, Energia e Matéria. Uma vez que a Substância Cósmica se haja expandido, começa o ritmo. O ritmo faz a lei; a lei, a duração; a duração, o tempo; o tempo, a limitação. E o ritmo ou movimento, pela rapidez, engendra a forma.
Na abóbada celeste, a expansão dissipou a treva e começou a maravilhosa corrida da Criação, da Manifestação Primeira. Com três pontos traçados no espaço virgem, faz-se esta Manifestação: Traça-se o primeiro círculo – o círculo é o ponto – e se forma o Ovo Único. Pode-se intuir aqui a existência potencial da Criação por trás da casca do Ovo, Espírito puro, ainda absorto em Si. Pressente-se que palpita o rápido movimento da Substância e que desta união entre o Espírito e a Substância do Cosmos, surgirá o Universo Manifesto. Traça-se o segundo círculo e se diferencia no Ovo – tal qual a película – o Espírito em Si e a Substância Primordial. No potencial não há diferenciação entre Espírito e Substância, mas pressente-se. E será conhecida claramente no estado ativo. Traça-se o terceiro círculo, gema do Ovo. O Espírito em Si é Espírito Potencial, a Substância Primordial é Substância Potencial. Seu autoconhecimento é chamado Espírito-Substância. O primeiro círculo foi traçado no Universo. Espírito e Substância se beijaram nos reflexos da escuridão e da luz. E a treva foi dissipada. Porém, se bem que a luz tenha dissipado a treva, esta nunca deixará de ser o que é. O círculo primeiro da Manifestação é o Ovo maravilhoso, onde é gestado o Filho da Sempre Virgem. O Primogênito está por nascer. O Ovo Cósmico é o símbolo do círculo que a Essência Una traça no espaço e dentro do qual aparecerá toda a Criação Universal. Qual é o nome do Primeiro Nascido? Como é sua forma e qual sua espécie? Mistério profundo que somente será revelado à alma no Grande Dia em que possa cruzar o limite sem limites. Na manhã silenciosa da Criação, na imensa solidão onde um imperceptível adejar já anuncia a vida, Ele está por nascer de Si Mesmo. Quando Ele nasça, ver-se-á; ao ver-se, conhecer-se-á; e ao conhecer-se, far-se-á o Deus Pessoal. O segundo círculo foi traçado no Universo. Como é em cima, assim é embaixo. Ainda que venha a existir diferenciação entre Espírito e Substância, em nenhum momento Espírito e Substância serão separados. De acordo com a proximidade entre a vibração criadora e seu Ponto Laya ou Potencial, assim é a aproximação entre a Substância e o Espírito. O terceiro círculo foi traçado. Dentro do Ovo, o Espírito em Si e a Substância Primordial se conhecem a Si Mesmos. E, pelo reflexo deste autoconhecimento, gesta-se ali o Universo. Se no dia da descida esteve escrito sobre o círculo: “não passarás”, no dia do Grande Regresso estarão escritas as palavras: “vem conosco”. Outra vez é a volta à Essência Pura, à Mãe Divina. E ao Pai, o Incondicionado Ser. Os três pontos ou círculos potenciais refletem por sua vez, projetam por sua vez - sobre o Universo, os limites da Manifestação Ativa e Criadora. 1. Espírito Universal 1. Mente Três Criadores, sete Construtores e nove Arquitetos fazem o Universo. A Mãe Divina envolve com seu místico véu, seu Primeiro Nascido. E dentro do incomensurável círculo, os poderes cósmicos, marcando passos, formam as esferas invisíveis sobre cujas hipotéticas superfícies - pontos-zero, centros laya cósmicos - fixar-se-ão as inumeráveis estrelas dos sistemas planetários. A frase “marcando passos” é usada para indicar a descida paulatina dos grandes princípios cósmicos aos elementos materiais. O mesmo significado tem a expressão de que a Mãe Divina envolve seu Filho em seus véus. Porque Filho é, neste caso, o Espírito Manifestado e os véus da Mãe são os princípios cósmicos que o envolvem, que o aprisionam, para que se manifeste em um estado de vida inferior ou sistemas planetários que Ele mesmo idealizou. Uma vez que o Supremo Criador idealizou o Universo, já não pode retroceder porque em seguida se constitui a Lei. E, para destruir a Lei, há que cumpri-la. Os três Criadores são: Espírito em Si, Espírito Universal e Mente. Esta trindade superior se reflete em uma trindade inferior. O ato instantâneo de um triângulo se refletir em outro é o laço de conexão. Com estes seis vértices, mais o ponto de união, formam-se os sete Construtores Universais. Estes são os sete tatwas cósmicos. O Primeiro Criador é Espírito em Si, Suprema Felicidade, o ananda da Vedanta. Ele é o Centro Laya, Espírito Potencial do primeiro ternário dos Construtores. A Tríade da Consciência Cósmica. A primeira Coorte dos Construtores ou Primeiro Raio circunscreve a consciência do ser. A segunda Coorte expande a consciência do Ser dentro do campo circunscrito. A terceira Coorte estabelece esta consciência. O segundo Criador é Espírito Universal, Alma do Mundo, fonte de toda dor e de todo amor. É o espírito ativo do segundo ternário dos Construtores. É a Divina Encarnação sobre a Terra. 1. Consciência do Ser 6. Vontade Individual 5. Vontade Relativa 7. Existência 3. Estabilidade da Consciência 2. Expansão da Consciência 4. Vontade Criadora A quarta Coorte dos Construtores é a Vontade Criadora. A quinta Coorte é a relatividade desta Vontade, aplicada aos diferentes estados de evolução. A sexta Coorte é a individualidade, a personalização da Vontade. O terceiro Criador é Mente do Cosmos e é Espírito da sétima Coorte dos Construtores, os Construtores da existência objetiva. Os Construtores, durante todo um ciclo de Manifestação, contribuem para o desenvolvimento das Rodas Planetárias e permanecem ativos, ainda que invisíveis, no cenário universal. Os que têm visível ingerência na sistematização das Cadeias Planetárias são os poderes que emanam dos Construtores: os nove Arquitetos. Estes Seres Divinos já evoluíram extraordinariamente em ciclo de manifestação anterior e surgem novamente à vida ou despertam do sono eterno quando o trabalho universal está disposto e traçado pelos Construtores. Despertar, neste caso, não quer dizer que tenham esquecido seu estado de consciência durante o sono. Porque estas grandes Hostes não perdem a clareza de sua consciência durante a noite cósmica. O despertar é para eles o alcance do fim proposto. As Hostes dos Arquitetos são nove. Denominam-se e se distribuem como segue: O Primeiro Criador e o Primeiro Raio Construtor são Espírito Potencial da Primeira Hoste ou Arquitetos do Número. O Primeiro Criador e o Segundo Raio Construtor são Espírito Potencial da Segunda Hoste ou Arquitetos do Som. O Primeiro Criador e o Terceiro Raio Construtor são Espírito Potencial da Terceira Hoste ou Arquitetos da Linha. O Segundo Criador e o Quarto Raio Construtor são Espírito Ativo da Quarta Hoste ou Arquitetos do Pensamento. O Segundo Criador e o Quinto Raio Construtor são Espírito Ativo da Quinta Hoste ou Arquitetos da Linguagem. O Segundo Criador e o Sexto Raio Construtor são Espírito Ativo da Sexta Hoste ou Arquitetos da Forma. O Terceiro Criador e o Sétimo Raio Construtor são Vida existente da Sétima Hoste ou Arquitetos Estelares, da Oitava Hoste ou Arquitetos da Humanidade e da Nona Hoste ou Arquitetos da Sombra. Correspondem, na Teologia cristã, às nove hierarquias do coro celestial: Primeira: Querubins Segunda: Serafins Terceira: Tronos Quarta: Dominações Quinta: Virtudes Sexta: Potestades Sétima: Principados Oitava: Arcanjos Nona: Anjos Ensinança 15: A Formação dos Sistemas Planetários A Grande Obra da Criação está feita. As imensas chamas cósmicas foram se ordenando uma após outra, formando assim, paulatinamente, as inumeráveis Cadeias Planetárias. Estas rodas de mundos têm um número definido ou são incalculáveis? O Universo Criado é um círculo que se expande indefinidamente ou é uma curva limitada e definida? Se para a mente humana, tão limitada, o Universo é ilimitado e são inumeráveis os sistemas planetários, para o Espírito, o Universo tem limites e medida. Unicamente o Eterno, em seu aspecto incondicionado é o Sem Limites. Somente o Não Ser é o Sem Número e unicamente com a Manifestação primeira começa a numeração. O espaço é um imenso oceano de matéria primordial em fusão, no qual está o substrato de todos os elementos. Nesse mar incomensurável de sódio, de cálcio, de rádio, de fogo etéreo, de vibrações magnéticas, de partículas mentais, condensam-se os elementos fundamentais em torno dos princípios eternos da vida. As imensas nuvens atômicas flutuam como grandes ilhas pelos espaços interestelares. A Via Láctea, substância espermática de Deus, forma-se enquanto o pó ígneo e os ultrapotentes raios cósmicos ondulam e giram vertiginosamente por todos os âmbitos do Universo. E por trás destas primeiras forças, destes poderes básicos, encontram-se ativos o vivificante Espírito, as incalculáveis Hostes de inteligências que constroem as Cadeias Planetárias. As partículas mentais do Cosmos são como ondas que vibram nas profundidades siderais, recolhendo o pó cósmico e a Matéria Primordial, para levá-los ao fim proposto. Os torvelinhos ígneos ou Energia Cósmica, vivificados pela idéia diretriz, carregam e distribuem a Matéria Primordial. E, pelo movimento, formam as nuvens cósmicas, material básico para a formação das Cadeias Planetárias. Estas imensas nuvens estelares são massas ardentes e luminosas que giram vertiginosamente sobre si mesmas, apoiadas, por assim dizer, no pólo zenital da esfera hipotética, traçada de antemão pelos Construtores, como uma imensa roda magnética. Quando a nuvem estelar desprende de si seu primeiro nascido, este é lançado ao centro da roda e, se bem que resplandeça como sua Mãe, não arde como Ela. Ele é o simbólico número ∞ . Ele é o astro rebelde e, não obstante, diretor de seus irmãos e da roda onde nasceu. Ele é o Sol. Ele é Ahahihaka. Pode-se observar aqui a diferença existente entre a teoria de Laplace, na qual se supõe que das massas solares se desprendem os planetas, e a teoria esotérica que sustenta que o Sol não é senão o primeiro lançado de uma massa primitiva. Do mesmo modo, contrariamente às teorias correntes, afirma a ciência esotérica que os sóis resplandecem, mas não ardem. São astros escuros e frios que absorvem o calor do éter universal, como se se dissesse que vivem do leite da Mãe e que o utilizam para seus sistemas particulares. Posteriormente, da Massa-Mãe, desprendem-se os outros filhos - ou planetas - que vão se colocando sobre a roda e giram ao redor de seu irmão mais velho, atraindo-se e rejeitando-se algumas vezes e, harmonizando entre si, outras. Ensinança 16: A Humanidade Por trás de cada átomo, de cada forma, de cada ser, há uma consciência. Por trás de cada Roda Planetária, de cada astro, de cada sol, de cada mundo há um ser vivo. As grandes Entidades Cósmicas descem lentamente até as densas formas materiais, enquanto as consciências vivas, que regem os elementos mais densos, sobem paulatinamente até encontrarem-se e fundirem-se com a humanidade. São os anjos que sobem e descem pela grande escada, desde o céu à terra e desde a terra ao céu, segunda a profética visão de Jacob. Ao dizer aqui humanidade, não se faz referência às formas do homem atual nem à de nosso sistema planetário em particular, mas a qualquer cadeia humana que, em qualquer parte do Universo, haja alcançado ou esteja por alcançar o equilíbrio entre o Espírito e a matéria. Algumas escolas esotéricas ensinam que em nossa Cadeia Planetária, os homens alcançaram este ponto de equilíbrio perfeito na Quarta Raça Raiz da Quarta Ronda. No entanto, o homem, em nossa cadeia planetária, ainda não alcançou plenamente o estado de perfeita humanidade, mas está por alcançá-lo nos últimos períodos da Quinta Raça Raiz. Para que a humanidade seja perfeita, a balança há de permanecer imóvel. Isto não sucederá enquanto valores contrários a façam oscilar, ainda que seja ligeiramente. O conjunto deste movimento universal chama-se Ired. Os Divinos Criadores, com três grandes passos, descem até a matéria; com três grandes passos, as consciências se elevam para a plena manifestação da vida; e também com três grandes passos se ordena a humanidade, enlaçando-se com a Divindade. Esta descida, esta evolução e esta ordenação ternárias não se produzem em linha reta, mas descrevendo uma circunferência, com um movimento dual de aderência e de resistência. Este movimento dual tem simultaneamente outros sete movimentos de progressão e de regressão, de atração e de repulsão, circular e em espiral. E um sétimo, resultante dos outros e fixador do movimento, onde os Construtores e Arquitetos plasmam, dividem e associam a Substância Cósmica. ÍNDICE: Ensinança 1: A Palavra de HesEnsinança 2: Definições das Palavras de Hes Ensinança 3: Explicação das Nove Primeiras Palavras Ensinança 4: As Dez Palavras da Criação Ensinança 5: As Oito Palavras Planetárias Ensinança 6: As Sete Palavras Virtuais Ensinança 7: Símbolos Gráficos Ensinança 8: Não Ser Ensinança 9: Ser e Não Ser Ensinança 10: Cronologia Hindu Ensinança 11: O Gênese Ensinança 12: O Despertar Ensinança 13: A Manifestação Primeira Ensinança 14: A Criação Universal Ensinança 15: A Formação dos Sistemas Planetários Ensinança 16: A Humanidade |
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