ÍNDICE:
Ensinança 1: Origem e Desenvolvimento da Filosofia
Ensinança 2: Conceito da Filosofia do “Não Ser”
Ensinança 3: Conceito da Filosofia do Ser e do Não Ser
Ensinança 4: A Filosofia do Ser
Ensinança 5: Filosofia Pré-Védica
Ensinança 6: Filosofia Védica
Ensinança 7: Conceitos das Principais Escolas Védicas
Ensinança 8: Filosofia Chinesa
Ensinança 9: Filosofia Budista
Ensinança 10: Filosofia Deísta ou Dualista
Ensinança 11: Filosofia Messiânica
Ensinança 12: Filosofia Cristã
Ensinança 13: Filosofia Andrológica
Ensinança 14: Conceitos da Filosofia Andrológica
Ensinança 15: Filosofia Rácica
Ensinança 16: A Filosofia
Ensinança 1: Origem e Desenvolvimento da Filosofia
A Filosofia é a ciência do pensamento aplicada a conhecer e resolver os fenômenos universais.
Desde que o homem se formulou o primeiro "por quê?”, nasceu a Filosofia. É ciência tão unida ao homem e à sua forma de pensar, que se poderia chamá-la filha de seu pensamento.
Quando a idéia se fixa numa lei, seu posterior desenvolvimento deixa o campo próprio da Filosofia.
Segundo os textos antigos, a Filosofia dividia-se em três grandes ramos:
1° - COSMODICÉIA
2° - ANDROLOGIA
3° - RÁCICA
Os antigos Iniciados chamavam Filosofia unicamente às questões mentais que podiam resolver os fenômenos universais superfísicos.
O estudo e a observação do desenvolvimento do homem era algo secundário e sempre sujeito ao fenômeno cósmico; depois, os problemas do homem em si, seus fenômenos internos, chegaram a ser de tal transcendência que os Iniciados estudaram com afinco a ciência do homem.
Os progressos e as novas observações que Eles iam fazendo sobre a Divindade e a Humanidade foram a base da História da Filosofia.
A Cosmodicéia se aplicava a explicar o Universo em conjunto, considerado desde três pontos de vista fundamentais aos três postulados básicos:
NÃO SER SER E NÃO SER SER
Com o transcurso do tempo, destas três bases fundamentais nasceram os três ramos da Filosofia que ainda perduram e que poderiam chamar-se: dos panteístas, dos evolucionistas e dos dualistas.
A Cosmodicéia antiga desenvolvia sua teoria desde a matéria, desde a molécula, desde o átomo, até chegar à Essência Primária e ao Imanifestado; evidentemente, o homem não era estudado em particular, mas entrava dentro da especulação destas diferentes etapas dos conceitos do pensamento. Este desenvolvimento, sempre para frente, em busca da Única Verdade, deu origem a alguns ramos especiais da Filosofia que depois fizeram escola à parte:
O estudo das leis naturais deu como resultado a Física.
O estudo das forças atmosféricas e cósmicas deu como resultado a Filosofia Energética ou Atomista.
O estudo do homem incluído no Poder Universal deu como resultado o estudo do ser e mais adiante, modernamente, a Psicologia.
O estudo e a especulação sobre as coisas substanciais que não estavam ao alcance do homem, deu como resultado a antiga Escola Substancial, chamada depois Escola Metafísica.
O estudo dos poderes e das forças ocultas que regem o Universo originou a Cosmologia.
A especulação sobre o princípio único de onde emanavam todos esses poderes se transformou em Teodicéia.
A numeração e a medida do Cosmo deu origem a ciências como a Astronomia, o Relativismo Arcaico e outras.
A Andrologia nasceu, como se pode deduzir, do estudo característico sobre os poderes do homem e seus problemas internos; este estudo constituiu a finalidade do pensamento de certos homens e, depois, escolas inteiras se dedicaram a ele.
A Psicologia estuda a alma humana em seus diversos aspectos.
Nasceu com o discernimento do bem pensar. Mediante procedimentos próprios, o homem chegou a pensar e discernir melhor. Isto deu origem à Escola do Bem Pensar.
Esta escola teve o valor efetivo de materializar, mediante o idioma, os pensamentos. Era necessário que o Verbo se fizesse Carne.
Além disso, o homem queria transmitir o que havia compreendido, não somente em atos, mas também mediante a palavra. Isto deu origem a muitas escolas que se dedicaram aos diversos aspectos da linguagem humana: à Lingüística.
Porém, o pensamento bem expressado nem sempre é o pensamento da verdade; devia-se saber quando o pensamento era exato; e nasceu uma nova escola: a da Crítica do Pensamento.
O excessivo criticismo levou à Sofística; e contra isto, nasceu uma linda escola, de correta concatenação dos pensamentos, ou Escola da Lógica.
Assim como, antes, o homem havia pensado nas relações que o Universo podia ter com ele, o filósofo andrológico pensou nas relações que ele podia ter com o Universo, dando origem a outras escolas especializadas:
Filosofia do Instinto;
Filosofia do Raciocínio;
Filosofia da Intuição;
Ética ou Moral;
Etnologia;
Filosofia da Religião;
Estética.
A alma, através do pensamento, em sua relação com o Cosmo, buscou ter caudal cada vez maior de força mental, para captar, com a mente humana, a Ideação Divina; isto deu como resultado a Busca de Deus ou a Ascética Mística.
O aspecto mais difícil da Andrologia é localizar o lugar exato no qual o homem individual, diferentemente dos demais homens, está situado no Cosmo.
Este ramo da Filosofia, muito estudado pelos antigos, foi abandonado pelos modernos; e, como ressaibo, ficou somente a Andrologia.
A Rácica, História da Filosofia, estuda as etapas da evolução do Universo, ou Macrocosmo, e da evolução do homem desde sua aparição na Terra, ou Microcosmo.
Pode-se dividi-la em diversos ramos:
1° - História propriamente dita, segundo o valor do pensamento do autor, de coordenar e unir os fatos documentados que estão ao seu alcance.
2° - A Filosofia Aplicada em todos os seus ramos.
3° - Relação do Cosmo com a Terra e o Homem, segundo documentos paleontológicos,
arqueológicos e geológicos.
4° - Relação das raças entre si: seu nascimento, seu desenvolvimento, sua supremacia, suas lutas, sua decadência.
5° - As etapas de desenvolvimento das ciências nos povos, com seus três ramos característicos de Filosofia: Música, Escrita, Matemática.
6° - Relações físicas dos povos entre si. Estas deram nascimento a grandes escolas de Filosofia, que foram de imensa utilidade para o desenvolvimento e progresso da Humanidade: Geografia, Cosmografia, Cartografia, Migrações, Descobrimentos e Viagens Expedicionárias.
7° - Etapas da Filosofia: suas principais escolas e seus principais expoentes.
Ensinança 2: Conceito da Filosofia do “Não Ser”
Os problemas filosóficos dos sábios dos povos pré-históricos, no tempo daquelas civilizações completamente ignoradas na atualidade, eram eminentemente superfísicos.
Pouco lhes interessava conhecer as leis do Universo; unicamente desejavam conhecer o princípio fundamental do Cosmo e o que existia para além desse princípio primordial.
Suas perguntas e respostas eram simples e claras:
Deus fez o Universo. Quem fez Deus?
O Princípio Cósmico foi a origem de Deus. Logo, Deus é o resultado de uma Potência Única.
Agora, de onde devém esta Potência Única?
Devém de Si Mesma; de seu poder de mover-se. E este mover-se é manifestar-se e não se manifestar.
Este poder de Ser e de Não Ser, de onde devém?
Este poder de Ser e de Não Ser devém de uma essência igual a Ele, imanifestada, desconhecida.
Teríamos então, diziam os filósofos, que discernir sobre esta Essência Imanifestada para saber de onde devém; e se discernirmos sobre ela, já não será nem imanifestada nem desconhecida.
Portanto, não é com o conhecimento mental que se poderá chegar a tal solução, senão com um estado similar ao que se supõe seja o Imanifestado.
Assim, num método negativo, esses Filósofos baseavam seu procedimento mental.
Este método negativo requeria anos de experimentação.
Isso Não. Depois, este outro Não. Por que Não, então, se nada é?
Isto, no que se refere ao trabalho mental.
A primeira etapa desta filosofia estava dedicada à eliminação das vibrações mentais produzidas pelas emoções, assim como das próprias emoções mentais.
O pensamento não deveria despertar emoção alguma no estudante; podia analisar tranqüilamente o amor, o crime, a morte, a felicidade, sem sentir estímulo positivo ou negativo.
Na segunda etapa, o Filósofo tinha que extinguir a causa mental do conhecimento, conhecer tudo por partes; isto era necessário para poder negar a consistência dos pensamentos.
O estudo era necessário para adquirir um conhecimento e possuí-lo tão plenamente, para depois poder rejeitá-lo como verdades: nem reais, nem únicas, nem verdadeiras.
Ao final, quando se possui a essência do conhecimento, todo pensamento é um obstáculo para o puro estado de similitude da alma com Deus.
As vibrações mentais, em sua totalidade, como expressão da única vibração mental, são resultado da não vibração mental.
Então, não é com o conhecimento mental que se pode conhecer a Deus desconhecido, senão mediante um estado de compreensão extática, similar a Ele.
Isto implicava que, por exemplo, se no primeiro ano estudavam sete matérias, no sexto estudariam somente duas e no final do curso, uma só, a que envolvia todo conhecimento, para que este fosse integral.
Porém, quando conseguiam possuir este conhecimento integral, negavam-no por não conhecerem sua raiz; então não o conheciam como tal. Em conseqüência, a mente tinha que se ocultar para dar lugar à tranqüilidade e à paz.
A terceira etapa era dedicada à aniquilação da mente, à espera de um conhecimento puramente espiritual.
Esta Filosofia, completamente descartada nos dias de hoje, foi a que lançou bases de todas as religiões e culturas místicas de todos os tempos.
O último verdadeiro expoente desta altíssima Filosofia foi Buda.
Agora, uma pessoa não versada no estudo da verdadeira Filosofia, confunde esta etapa com o Ateísmo grosseiro e com a negação da existência. Porém, não é assim.
O Filósofo não nega Deus. Nem O afirma. Nega-se a discernir sobre Ele.
Buda disse: "Se tu me perguntas se eu creio ou não creio em Deus, Eu não o afirmarei nem o negarei; porém, dir-te-ei que o único necessário é entrar na Senda. Se tens uma flecha cravada no peito não perguntarás quem te feriu nem de onde veio essa flecha, nem se está envenenada, nem de que matéria é feita; porque assim, só perderias tempo e morrerias. O primeiro a fazer é extrair a flecha e curar a ferida".
Estes Filósofos não negam a existência da vida pela “não existência”, senão que unicamente desejam transcender estes estados para ter um parcial conhecimento do que transcende a existência e a não existência; porque “existência” e “não existência” são afirmações.
Por isso, nunca se busque nestes Filósofos uma definição de estados que eles chamam da Existência e da Não Existência ou uma explicação destes estados, mas unicamente a ensinança do conhecimento negativo que leva a estes estados.
Tampouco se busque que eles falem de Deus, seja como Manifestado ou Imanifestado, mas unicamente o conhecimento que leva ao conhecimento de Deus.
Estas Filosofias tão puras e grandes, nas quais o homem chegava a aproximar-se da sombra do Eterno Desconhecido, foram desaparecendo paulatinamente, à medida que a Raça Ária ia caminhando para a conquista da Razão, dos resultados positivos do Mundo e das forças da Natureza.
Ensinança 3: Conceito da Filosofia do Ser e do Não Ser
A Filosofia do Ser e do Não Ser é a expressão pura da idéia abstrata da Raça Ária.
Esta Filosofia se baseia, como lei fundamental, na idéia da Unidade Absoluta.
A Manifestação é ilusória; é um jogo de luzes que filtra através da rede do não conhecimento e que produz a ilusão da existência.
O único verdadeiro é o Eterno, o Imanifestado, o Sempre Existente Espírito.
Fora Dele, tudo é ilusão.
Se bem que estes Filósofos reconheçam que é impossível discorrer sobre o Imanifestado, procuram defini-lo através de afirmações negativas, formando assim um conceito do Imanifestado como expressão de uma única Realidade.
Esta realidade é tudo. A própria alma não é outra coisa que o Eterno. Não existem almas individuais; logo que se retira a rede da ilusão através da Realização Absoluta, desaparece a idéia de separatividade e só existe o Eterno.
Por conseguinte, estes Filósofos se negavam a discorrer sobre a Manifestação, procurando somente discorrer sobre como alcançar a Realização.
De um modo diferente de como filosofaram depois os continuadores desta doutrina, que afirmavam, puerilmente, ser a Manifestação um jogo de Deus, eles se negavam a filosofar sobre isto, dizendo que unicamente o Eterno podia conhecer o porquê da Manifestação.
Os postulados desta Filosofia são: Tudo é ilusão; o Eterno é a Única Verdade; o conhecimento desta Única Verdade é a idéia básica do alcance da liberação.
Para chegar a esta Idéia Única, era necessário que o Filósofo se desprendesse das demais idéias e, a este alto estado mental, chegava por etapas.
A primeira etapa consistia em fazer o estudante conhecer o valor do pensamento. Todos os pensamentos são maus, porém o pensamento em si é bom. Os pensamentos múltiplos são obstáculos, porém um pensamento pode ser a base da liberação.
Tudo é, no Universo, o Eterno e o Ilusório.
O domínio do pensamento e a conquista da Idéia Única é o que faz que a alma se reintegre à Essência Primária.
O estudante deve saber que "Tu não és tu" senão "Tu és Aquilo"; primeiro, tu o dirás, depois, tu o sentirás, depois, compreendê-lo-ás e, finalmente, sê-lo-ás.
Este modo de pensar fazia com que o estudante rechaçasse todo pensamento inútil; ao mesmo tempo, fazia-o cair no erro de descuidar o estudo das ciências naturais; porém adquiria uma claridade mental extraordinária, sabia analisar cada pensamento e explicar seu valor. Não havia rincão mental não conhecido por ele.
Na segunda etapa de estudo, estes estudantes procuravam fortalecer o conceito da Idéia Única: o pensamento de que, depois da grande renúncia mental, eles eram parte integral de Deus.
Para afirmar esta Idéia Única, formularam uma teologia sobre o valor Eterno da Idéia Única.
Esta Filosofia, assim exposta, afastava extraordinariamente seus seguidores, do mundo da realidade.
Na terceira etapa, o estudante já não se considerava como tal, e sim como um ser que havia alcançado a Realização.
A Idéia do Absoluto enchia toda sua mente e todo o seu ser, e nada existia para ele fora Disto.
Ensinança 4: A Filosofia do Ser
A Filosofia do Ser é a da Manifestação Divina, considerada em si , exclusivamente.
O Universo não é uma força única e absoluta, senão uma força dual, duas imensas correntes que correm paralelas, aproximam-se, afastam-se, sem nunca chegar a fundir-se em uma.
Estas duas forças cósmicas são: o Espírito e a Substância. Nem uma nem outra é permanentemente superior, senão que, em determinados casos, predomina uma delas.
O Filósofo deve conhecer estas duas forças motrizes do Universo: o Espírito, força invisível e a Substância, força visível.
Como o Espírito se acomoda às condições da Substância para manifestar-se nela e depois liberar-se, para conhecer o Universo é indispensável conhecer, em todas as suas partes, a Substância Cósmica.
Esta expressão dual do Universo, ao não ser uma unidade, reproduz-se continuamente e dá lugar a uma infinidade de forças semelhantes a ela.
Durante este contínuo devenir, o Espírito, que procura a dignificação da Substância e a liberação final, usa a mente como instrumento primário.
A mente é, para estes Filósofos, a expressão do Espírito; a força do pensamento, fixa na matéria, é a Energia do Universo expressa através dos contínuos movimentos e trocas.
A Substância, que tem como qualidade a inércia, é vencida afinal pela outra força.
A Filosofia do Ser se baseia, então, no conhecimento destes três aspectos cósmicos: Mente, expressão do Espírito; Matéria, expressão da Substância; e Movimento, força energética da trajetória que o Espírito efetua ao se juntar com a Substância e vice-versa.
O estudo destas Escolas era fundamentalmente especulativo.
O Filósofo perguntava: "O que é a Substância?” e respondia: "Não hei de prosseguir em meus estudos até não conhecer a Substância do Universo; não conhecerei a Substância do Universo se não conheço todas as suas qualidades, ações e reações, formas e medidas, aspectos íntimos e aspectos diferenciados".
Depois perguntava: "O que existe entre a Substância e o Espírito? O vazio ou uma força infinita?” E respondia: "Não o vazio, mas as vibrações da Energia Cósmica enchem os espaços existentes entre a Substância e o Espírito; hei de conhecer todas as forças vibratórias antes de ir adiante".
Depois perguntava: "O que é o Espírito?” E respondia: "O Espírito é a superessência do pensamento; não poderei conhecer o Espírito enquanto não conheça todas as formas do pensamento e seus derivados”.
Depois de haver-se formulado estas perguntas, que são postulados desta Filosofia, começava seus estudos.
Esta Filosofia, que forneceu à Raça Ária um extraordinário conhecimento de todos os valores da Vida, fundamentalmente, fez de seus estudantes materialistas, dualistas ou deístas.
O estudante, ao investigar as qualidades das substâncias do Ser, teve resultados positivos que lhe deram extraordinária satisfação pessoal e foram de grande utilidade para a humanidade; mas, ao mesmo tempo, ao deter-se demasiadamente neste aspecto, o estudante descuidou as duas partes restantes: o estudo da Metafísica e o da compreensão essencial do Espírito.
Não se afastaram dos postulados fundamentais, mas descuidaram os dois primeiros. Ao não aprofundar e ao não negar e, ao mesmo tempo, ao não conhecer a real natureza e existência do Espírito, tiveram que se conformar, não com o resultado de seus estudos pessoais, mas com as definições que outros Mestres anteriores lhes haviam legado.
Por isso, a essência do Espírito, não estudada diretamente, transformou-se em algo superior, inacessível para estes Filósofos; transformou-se no Deus Pessoal.
Esta Filosofia foi destinada a penetrar, desde os Arcanos da Natureza, até os Arcanos do Rei; e houve, periodicamente, movimentos tendentes a devolvê-la à sua prístina pureza; mas, sem êxito fundamental porque, ou os postulados inferiores foram descuidados ou formaram filosofias características, separadas da Idéia Mãe.
Os primitivos estudantes, depois de terem estudado, através de diversos cursos, as diferentes manifestações da Substância Cósmica, passavam a Escolas Superiores, onde se dedicavam a analisar as energias da Natureza, seus fenômenos e os fenômenos psíquicos do ser. Este curso abarcava vários anos; aqui muitos ficavam para trás, pois é muito curta a vida do homem para estudo tão vasto.
Todos os extraordinários adiantamentos que os povos antigos alcançaram no estudo da energia material e no domínio das forças atmosféricas, são devidos a estes Filósofos.
Depois, os estudantes passavam a uma terceira Escola, onde aprendiam a expressão do Espírito através do pensamento.
Se estes Filósofos houvessem conseguido estabelecer no mundo seu ponto de vista, tão grande teria sido o seu alcance, que os homens se teriam transformado em semideuses.
Esta Filosofia, na Raça Ária, foi uma semente que serviu para dar vida, através de seus conceitos, a uma infinidade de outras Filosofias.
Ensinança 5: Filosofia Pré-Védica
A Filosofia Pré-Védica é a que foi estudada antes de que certos conceitos metafísicos, morais, religiosos e sociais, fossem condensados nos Vedas.
Evidentemente, os conceitos védicos e pré-védicos foram estritamente de Cosmodicéia; e os antigos povos orientais nunca tiveram outros.
Deixaram marca tão profunda no conceito mental dos orientais que, ainda nos dias de hoje, subsiste e faz com que a mentalidade oriental seja diferente da ocidental, o que dificulta e torna quase impossível a aproximação destes dois setores do mundo.
Para estudar determinada Filosofia não somente é preciso elaborar um conceito, estudá-lo detidamente e procurar assimilá-lo, como também é indispensável a disposição mental adequada. Do contrário, a idéia fundamental será desvirtuada dentro do próprio cérebro do homem que a estude.
O conceito fundamental da Filosofia Pré-Védica se baseia, essencialmente, na existência do Infinito.
O Não Ser, a força misteriosa de onde sai o Universo, é o suporte deste mesmo. E este Universo não é limitado, mas infinito.
O único contato que existe entre o Infinito e o homem é a alma do ser ou mente.
Nisto estriba toda diferença entre o homem oriental e o ocidental, entre o estudante de Cosmodicéia védica e o estudante de Cosmodicéia helênica.
Os védicos afirmam que o único real é a mente; e que é o único que pode aproximar-se da definição do Infinito. Então, só a teoria teria valor e utilidade; só aquilo que a mente pudesse definir.
O estudante tem de projetar mentalmente suas teorias, e saber – pela intensidade da emoção que proporcionam ou pela clareza do conceito que expressam – seu valor, se são verdadeiras ou falsas.
Isso basta. Investigar sobre isso, reduzi-lo ao campo material e experimentá-lo dentro do alcance do homem, é injurioso para a idéia, prejudicial para a liberdade do pensamento e venenoso para o adiantamento do indivíduo.
Os Filósofos alcançavam uma grande compreensão extática; todavia, depois que saíam dessas profundas meditações, retornando ao seu estado habitual, eram obscuros em suas afirmações, divergentes em suas expressões e produziam divergências entre os seus discípulos.
O ser que desce do campo puramente ideal filosófico está preso nas redes da ilusão, nas trevas da separatividade.
O esforço constante do Filósofo consistia em aproximar-se do Infinito, de maneira que suas tarefas mentais também tinham um valor relativo; eram meias verdades que procuravam aproximá-lo da Grande Verdade do Infinito.
Para conseguir isto, era necessário eliminar do pensamento todo deleite e sentimentalismo e chegar a uma clara iluminação, somente mediante o intelecto, através de uma visão intelectual negativa.
Segundo o conhecido axioma da Cosmodicéia e, sobretudo, da Filosofia do Não Ser, "não é com o conhecimento mental que se pode chegar à Suprema União, ou Suprema Compreensão, mas com um estado similar, aparente e negativo".
Então, foi necessário tomar os conceitos mais fundamentais, revesti-los de formas e figuras, associá-los às crenças, aos costumes, às leis e aos Deuses do povo, para que o próprio povo os conservasse em benefício dos estudantes.
Daí nasceram Livros Sagrados, verdadeiramente ortodoxos, porque encerram a Ensinança Divina, transmitida em horas de sublime compreensão, aos Filósofos pré-védicos, os possuidores dos verdadeiros postulados da Cosmodicéia.
Ensinança 6: Filosofia Védica
É impróprio chamar a sabedoria védica de filosofia, mas isso se faz para clareza das mentalidades dos estudantes do ocidente.
Chamar filosofia à sabedoria divina dos Vedas, é como chamar o Universo de “um mundo de estrelas”.
À tradição oral comunicada aos sábios antigos por sábios anteriores a eles, não se pode apor uma data determinada.
Se fosse conhecida a data exata ou aproximada da redação dos Vedas, estes perderiam seu caráter verdadeiro e divino.
O Veda é a expressão de Deus, de seu pensamento condensado em normas, métodos e definições; por isso, não pode ter nem princípio nem fim, porque é eterno, como a sabedoria de Deus, e seu valor dura à perpetuidade.
Sua origem não é humana, Apaurusheya; e unicamente foi transmitido e conhecido pela tradição reconhecida, Vansha.
Os Vedas são quatro: o Rig, o Yajur, o Sam e o Atharva, e seu comentário: os Upanishads.
Através das idades, a tradição reconhecida dos Vedas se tornou ortodoxa, quer dizer, formaram-se ao redor de seus princípios: religiões, castas, escolas, dogmas, hábitos; em suma, todo um corolário de forças externas para manter a pureza de seus princípios.
Se bem que tenha sido formada uma infinidade de escolas heterodoxas fora dos princípios e métodos estabelecidos, na Índia especialmente, as principais escolas filosóficas mantiveram estes princípios puros. Estas escolas são as que subsistem ainda na atualidade: as seis Darshanas.
Darshana quer dizer: diferente modo ou ponto de vista para ver uma única verdade reconhecida.
Elas são:
1° A Nyaya
2° A Vaisheshika
3° A Sankhya
4° A Yoga
5° A Mimansa
6° A Vedanta
A Nyaya reconhece todas as bases védicas para chegar à União Divina; porém, é indispensável para isso, ver, observar, conhecer, discorrer e provar todos os elementos universais.
A frase básica do Nyaya é a seguinte: "A bem-aventurança se alcança mediante a compreensão da verdade, tal como está exposto nos dezesseis Padarthas."
Os dezesseis Padarthas constituem as regras do modo de discorrer e analisar as coisas segundo a Nyaya.
A Vaisheshika busca a união com Deus mediante o estudo e o conhecimento das substâncias individuais.
Discorrem sobre um aspecto da substância e investigam suas diversas qualidades para estabelecer sua ação peculiar e seus derivados similares, e aparentemente independentes dela. Porém, os similares se associam por coerência substancial e fica manifestada a unidade fundamental da substância cósmica.
As seis categorias discursivas do Vaisheshika são as seguintes:
1ª Dravya - Substância
2ª Gunas - Qualidades
3ª Karma - Ações
4ª Samanya - Generalidades
5ª Vishesha - Separatividade
6ª Samavaya - Coerência
A Sankhya conquista o Espírito Universal, Purusha, pelo conhecimento teórico da Natureza, Prakriti.
A Yoga, da mesma forma que a Sankhya, busca o Espírito Universal, Purusha, pelo domínio da Natureza, Prakriti ou disciplina.
A Mimansa diz que a liberação final ou conquista da única realidade, que é Brahman, alcança-se pela eliminação de todos os elementos exteriores, que são ilusórios, e através do estudo do Veda.
Divide-se em duas partes: Purva Mimansa, estudo dos ritos e cerimônias e Uttura Mimansa, investigação profunda sobre os Vedas.
Sobretudo, a Purva Mimansa luta constantemente para não se atar à ilusão externa; muitos de seus seguidores chegaram até o fanatismo pelo temor de se atarem à manifestação do Universo.
A Vedanta, respeitando e reconhecendo todos os elementos cósmicos e os princípios reconhecidos pelos Vedas, unicamente deseja encontrar a Única Realidade.
Brahman é a Única Realidade; tudo o mais é Maya, ilusão.
As almas são Brahman e não outra coisa. Nada existe fora Dele.
Ensinança 7: Conceitos das Principais Escolas Védicas
A filosofia da Índia, existente além de todo princípio, não nomeia o princípio absoluto nem fala sobre ele; exemplo luminoso da modalidade desses antigos mestres da Índia é o Buda, que se negou constantemente a falar do princípio do INFINITO.
O Imanifestado é a Eternidade, o Absoluto, o desconhecido, antes de existir em si e de manifestar-se; tampouco é o Imanifestado, porque é Aquilo que está além do Manifestado e do Imanifestado.
O Imanifestado, ou Brahman, é a existência pré-primordial infinita, incondicional, inexpressável, da qual surge o Universo, a Única Realidade.
De Brahman, o Universo, surge sua Imagem; e Ele transforma a si mesmo em uma infinidade de imagens semelhantes a Ele.
A Filosofia Védica, mesmo reconhecendo o Universo como Maya ou ilusão, estuda a manifestação ilusória em todas as suas fases.
Brahman é o Criador, a potência indivisa do Universo, sem princípio nem fim, sem atributos, impessoal.
Ishvara, imagem de Brahman, imagem ativa de Brahman, é o Deus pessoal que resume em si todas as almas e está munido de todos os atributos.
Brahman é o Criador, Vishnu, o Conservador e Siva, o Destruidor do Universo.
Dizem os Upanishads, olhando o infinito espaço do céu: "Tudo isto é Brahma, principiando, alentando e terminando; Ele é um Ser dentro do coração, menor que o grão de arroz, que o grão de mostarda".
Chamar os hindus de idólatras é desconhecer os postulados mais elementares de sua doutrina; a Manifestação Divina, o Deus Impessoal, o Deus Pessoal, todos os Divinos Atributos que se manifestam no Cosmo, são outras tantas imagens divinas ou deuses.
O Espírito de Deus, Purusha, modifica a matéria ou Prithivi, através da modificação do Grande Elemento Cósmico, Mahabutha ou Tattva. Este constitui os cinco elementos cósmicos que são:
Prithivi - Apas - Tejas - Vayu - Akasa.
O pensamento cósmico criador se sintetiza no homem, protótipo dos reinos; e sua imagem perfeita é Manu, aquele que conhece e pratica as Leis Eternas.
O Manu, ao resumir em si as Leis Cósmicas, é uma legislação viva e exemplar para as Raças. A Lei Cósmica, através dele, transforma-se na Lei Humana ou Dharma e realiza-se à perfeição através da ação ou Karma.
A Filosofia Védica, em si, é perfeita.
Sai do seio da Eternidade e analisa todos os aspectos da Manifestação, até dentro da mínima partícula, separando-a ou unindo-a, segundo a necessidade, sem jamais perder de vista, a unidade fundamental da existência.
Ensinança 8: Filosofia Chinesa
A escola filosófica chinesa não tem uma data de começo estabelecida, pois seguiu a linha de pensamento dos atlantes mongólicos.
Suas primitivas dinastias se perdem entre as sombras do mundo Etéreo; tanto é assim que antigas dinastias, que remontam a cinco ou seis mil anos, consideravam-nas sem conhecer sua origem.
Deduz-se dos escritos de Confúcio, que às dinastias já reconhecidas lhes são atribuídas uma antigüidade de três mil anos e às outras, anteriores, eram denominadas Dinastias Divinas.
Tudo o que se pode conhecer dos conceitos mentais dos antigos chineses é através das escolas do pensamento que surgiram inspiradas por esses antigos princípios.
O fundamento da filosofia chinesa não é nem Deus, nem o Livro da Lei, mas o próprio homem.
O conceito chinês do Ser Eterno é extraordinariamente elevado, tanto que jamais quer aludir a Ele; dizer, através da observação exterior da filosofia chinesa, que ela não reconhece um princípio cósmico fundamental, é pueril.
Confúcio se aborrece com seus discípulos quando lhe perguntam sobre a essência do Ser Eterno. Como se pode fazer semelhante pergunta ?
Lao-Tsé sintetiza o Ser Eterno no Caminho. Porém, com jogos de palavras, recusa terminantemente considerá-Lo. Por isso ele diz que: "Os nomes que se lhe podem atribuir não são os nomes do Eterno".
Os chineses não discorrem sobre o princípio único do Universo, nem tampouco condensam os segredos da Manifestação Divina dentro de um livro sagrado, como fazem os hindus. Para eles não há outra imagem de Deus sobre a Terra, a não ser o homem. Nem se pode encontrar livro algum mais santo do que a natureza humana.
O homem não pode reconhecer Deus a não ser através do próprio homem. Em síntese: "O homem é a medida do homem".
Para que buscar as medidas de Deus, para que buscar a solução do Infinito fora do próprio homem, se somente ele pode dar tal solução através de sua própria existência?
Reconhece-se nesta teoria, o rastro do pensamento atlante. O homem é Deus, todos os demais homens são somente reflexos do próprio homem. Quem o impede de realizar tal Divindade? São os elementos que o constituem, mas que não são ele mesmo; assim que, terá de dominar-se constantemente, disciplinar-se, para chegar a ser o que é: Deus do Universo.
Sobre esta tese, seguramente, os antigos filósofos chineses desenvolveram sua doutrina. Como através da experiência dos antepassados, haviam observado que o homem tende sempre a fundir-se com algum de seus elementos e transformar-se num demônio, reconheceram essa teoria, modificando-a. O homem, para chegar a ser Deus, necessita de outro homem que tenha chegado à Realização para que lhe sirva de exemplo e de guia.
É o chefe indiscutível de uma dinastia, é uma Divina Encarnação, é o Rei Iniciado, segundo o verdadeiro conceito.
As escolas de filosofia mais antigas e reconhecidas da China são as de Lao-Tsé e de Confúcio. Se bem que elas pareçam estar tão em desacordo entre si, constituem dois elementos tributários de uma única potencialidade mental.
A filosofia de Lao-Tsé (570 a.C.), resumida no Livro do Tao ou Ritmo da Vida, é totalmente metafísica. Reconhece o homem como único princípio do Universo; mas, o homem ideal, o homem abstrato, o homem em si.
Através da renúncia constante de si mesmo, o homem se transforma num ser livre e, por conseguinte, no rei dos demais.
O seguidor de Lao-Tsé, Chuang-Tsé (275 a.C.), condensou as idéias desta filosofia em livros que se tornaram tradicionais.
Confúcio (551 a.C.), propulsor da outra escola filosófica, quer chegar aos mesmos efeitos no homem, porém na síntese perfeita da vida diária. O homem tem que se esforçar continuamente mediante a prática e através da imitação do rei protótipo, para chegar à perfeição e fazer-se digno de dirigir e guiar os outros homens.
O homem é medida do Universo, porém perdeu as bases fundamentais dessa medida, sem as quais não pode governar um povo e fazê-lo feliz. Tem que voltar a encontrar essas medidas, esses ritmos que são o melhor modo para expressar o valor do homem interno.
No livro do Li Ki estão as normas de cortesia, de cerimonial, de protocolo, dos ritos funerários, etc. Estas filosofias datam de mais ou menos quinhentos anos antes de Cristo, enquanto que a verdadeira filosofia chinesa se perde na noite dos tempos. Restando-lhe somente, como tradição, a imagem do Dragão.
Para o chinês, a idéia está expressa num símbolo, de igual modo como pode estar escrita em um livro ou representada em um homem.
Ensinança 9: Filosofia Budista
A Raça Ária haveria de dedicar todos os seus esforços ao desenvolvimento da filosofia dualista, como uma ponte traçada do céu à terra para chegar até o homem.
Porém, antes que esta corrente avassaladora impulsionasse a mente da Raça, a Filosofia do Não Ser brilhou com todo o seu esplendor e materializou-se num homem e em uma idéia para que não se esquecesse sua origem ab æterno.
A idéia budista, apesar de todas as transformações sofridas no transcurso dos séculos, apesar de ter sido poderosamente influenciada por outras idéias e de ter-se transformado em muitos lugares, em uma religião, manteve pura sua semente fundamental da não existência do ser.
O Buda estabelece quatro postulados negativos para chegar à Eternidade. Eles são:
1° Conhecimento da existência da dor.
2° Conhecimento de que a dor é causada pelo desejo.
3° Conhecimento de que a dor é eliminada unicamente pela aniquilação do desejo.
4° Conhecimento da senda que leva à cessação da dor pela aniquilação do desejo.
A idéia budista, que resume em si a Grande Verdade, propagou-se com extraordinária rapidez na mente dos homens e estendeu-se a todo o mundo e, se bem que o budismo tenha passado por diversas fases e mudanças, a idéia permanece intacta.
O Budismo, ao dizer: "Isto não, o outro não, o além tampouco", dá uma possibilidade à mente de vislumbrar sua origem divina e eterna.
Do ponto de vista dualista, este conceito é completamente ateu, porque põe a mente humana ante o problema eterno, sem tentar explicá-lo.
O Buda jamais quis falar da Eternidade, mas continuamente se esforça para que a mente se torne apta para alcançar uma compreensão superior.
O Buda também nega a existência do eu ou ser, como ente; porque se tal fizesse, estabeleceria um fio condutor entre o Eterno e o homem, o que seria já uma explicação do inexplicável.
Sua teoria é clara e definida: o Eterno é inexprimível. A existência é o fruto do desejo. Da combinação dos desejos surgem as diversas manifestações e estas são a causa da dor.
Pelo conhecimento da existência da dor, pelo conhecimento de que a dor é causada pelo desejo, pelo conhecimento de que a dor é eliminada unicamente pela aniquilação do desejo e pelo conhecimento do caminho que leva à cessação da dor pela aniquilação do desejo, chega-se ao Nirvana ou perfeita felicidade e paz, e o Eterno continua inexplicável.
O Budismo, como filosofia, foi assimilado rapidamente por outros sistemas e subsistiu dentro das religiões budistas através de suas sagradas escrituras e dogmas.
Sobretudo, a pura idéia budista foi guardada pelos observantes do Grande Veículo, em contraposição com os observantes do Pequeno Veículo, o qual, depois se impôs como religião, porque não aprofundava tanto as idéias, para dedicar-se preferentemente à prática e cumprimento das oito etapas necessárias para percorrer a Senda da liberação.
As oito etapas são:
1° Reta Fé
2° Reto Juízo
3° Reta Palavra
4° Reto Propósito
5° Reta Ação
6° Reto Esforço
7° Reto Pensamento
8° Reta Meditação
A idéia budista, depois da morte de seu fundador (483 a.C.), estendeu-se pela Índia e depois penetrou na China, onde se estabeleceria definitivamente. A idéia budista foi assimilada na China por outras concepções, a ponto de se tornar quase irreconhecível.
Hiouen-Tseng, 1200 anos depois da morte de Buda, viajou da China à Índia; colecionou inumeráveis textos pali e, de regresso, traduziu-os para o chinês, restaurando a verdadeira doutrina.
O budismo penetrou no Tibete nos séculos sétimo e oitavo, predicado por Padmasambhava. Misturou-se às idéias Sivaístas e Tântricas já existentes no país, porém, a doutrina se manteve intacta no concernente à não existência do ser.
A Lei Eterna havia estabelecido que o homem ário conhecesse sua mente e que a utilizasse até fazer dela a imagem de seu Deus. O homem poderia, pela investigação, descobrir os segredos do Universo. Porém, este homem que pode calcular exatamente quando se produzirá um eclipse, que pode estabelecer por cálculo o curso das marés e que metal existe a tantos metros sob a terra, não pode responder às perguntas: "O que é tua alma?” "O que é teu pensamento?” "Este pensamento poderoso que utilizas o que é?”
Como num tabernáculo, permaneceu essa idéia negativa do Buda, que faz com que a mente, através de sucessivas negações, chegue a pressentir seu destino eterno, a pregustar a paz e a serenidade do Nirvana.
A idéia filosófica budista é o mais alto expoente do que a mente humana pode alcançar através da especulação, para afirmar-se sobre um ponto infinito e desconhecido.
A doutrina do Buda perdura no mundo, se bem que se tenha transformado numa profissão de fé: Buda-Dharma-Sangha: "Eu me refugio no Buda, eu me refugio na Lei, eu me refugio na Ordem".
Ensinança 10: Filosofia Deísta ou Dualista
O conceito de um Deus pessoal, como centro e vida de seu Universo, criador de todos os seres, é uma concepção do pensamento egípcio.
O Iswara dos hindus é o ponto único que une o Infinito com o Finito; ao reverenciar Iswara, o hinduísta venera a Eternidade da qual emana, porém o Deus do Egito é Ele e nada mais que Ele. E nada existe fora de sua infinita amplitude e sabedoria. Até poderia ser que os sistemas dualistas da Índia fossem adaptações dos sistemas egípcios, assimilados a seu estilo.
Os antigos filósofos egípcios admitiam um Ente Eterno, possuidor de todo atributo excelente, o qual originava de seu seio todas as almas, feitas à sua imagem e semelhança.
Os postulados filosóficos fundamentais do antigo Egito são os seguintes: existência de um Deus Único, Onipotente, Onipresente e Onisciente.
Existência de seres perfeitíssimos, semelhantes a Deus ou deuses redentores e propiciadores.
Este conceito favorecia que a idéia se transformasse facilmente em religião, e esta, zelosa guardiã de seus interesses pessoais, atribuía a cada um destes seres perfeitos e semelhantes a Deus, um valor satânico, dando-lhes os mesmos atributos divinos, que só Deus possuía, e fazendo-os ainda superiores a Ele. Ainda mais, esta idéia levou a que os homens, sobretudo os que predominavam sobre os outros, deificassem a si mesmos, não em uma perfeita União com Deus mas, exclusivamente, como uma imagem de Deus.
A idéia filosófica do Egito era puramente monoteísta, porém, suas conseqüências diretas eram religiosas e politeístas.
Continuamente sucede este fenômeno: a idéia monoteísta se torna politeísta e depois reage, sistematicamente, contra esta derivação.
A controvérsia destas idéias foi denominada a luta dos dois Sóis.
O homem, criado por Deus, tem que reconhecer e adorar a seu Deus, unicamente. Toda adoração tributada a outra entidade que não seja Ele, é renegar seu infinito poder e ser idólatra. Ainda mais, o homem perde assim o dom de adorar a Deus em Espírito e Verdade, e rende culto à grosseira forma exterior. Porém, os outros refutavam que o culto a Deus sob diversas formas nada tirava da verdadeira adoração ao Deus Único, já que as diversas formas eram expressões e imagens da Única Forma Divina, Puro Espírito e Verdade.
Periodicamente, houve grandes movimentos idealistas que tendiam a abolir a idolatria. Porém, como esta estava apoiada pelos Faraós e Sacerdotes, os filósofos tinham que fugir para o Deserto. Este fenômeno se produziu sistemática e periodicamente durante toda a longa existência das Dinastias Faraônicas.
Estes filósofos, seguidos de uns poucos discípulos, estabeleciam-se entre os povos bárbaros, entre os negros etíopes e os assírios, e assim propagavam suas doutrinas, procurando retornar, desde ali, para voltar a conquistar os grandes centros culturais do Egito.
O Rei Filósofo Amenofis IV, em companhia de sua esposa Nefertiti, que havia trazido do deserto o conceito do Deus Único, procurou transformar este ideal numa religião, contrapondo-se aos Sacerdotes de Amon e aos antigos costumes, fundando uma cidade para adorar nela o Deus Único; fracassou em seu intento e, depois de sua morte (1280 a.C.), foi apagado o culto de Aton e restaurados os anteriores.
Os Hebreus eram homens nômades que vinham do deserto e que concebiam claramente a idéia de um só Deus, mantendo-se entre o povo do faraó como rebeldes e à margem da lei religiosa vigente.
O êxodo deste povo, guiado por Moisés, é uma demonstração histórica de que os filósofos e idealistas eram perseguidos e tinham que se refugiar no Deserto.
Os gregos, herdeiros dos egípcios, e que foram no princípio um povo pastor nômade e monoteísta, quando se fixaram e engrandeceram, transformaram seu ideal numa religião politeísta.
A Filosofia e a Religião, como dois esposos, buscam-se e repelem-se continuamente.
A corrente ideal monoteísta é absorvida pela potência religiosa e prática do politeísmo, porém, o ideal sempre surge de novo para proclamar, sobre todas as coisas, e de diversas formas, que Deus é Uno e que não há outro fora Dele.
Ensinança 11: Filosofia Messiânica
O filósofo deísta se pergunta: "Se sou filho de Deus, engendrado por Ele, por que não hei de poder ser Deus?”
A mente humana, depois de se dedicar à especulação a que é tão afeita, resiste à idéia final de que nunca será Deus, mas que somente será semelhante a Deus.
A Filosofia do Não Ser, faz com que a alma estremeça de prazer ao conceber a grandiosa e incompreensível idéia da União Absoluta; porém, a filosofia deísta traça um círculo sobre o qual está escrito: não passarás.
Os filósofos idólatras comparam com Deus os seres perfeitíssimos, propiciadores e redentores; mas os deístas afirmam que estes não são mais do que demônios, arremedos de Deus; então, a mente do homem jamais chegará a romper os laços da relatividade nem jamais poderá abarcar toda a imensidade e onipotência da Mente Divina.
O homem nunca pode chegar a ser Deus, nem ninguém pode ser semelhante a Deus, nunca, nunca. Somente gozará dos eflúvios de Deus, da influência da Mente Divina. Então, a hábil mente humana, que não se resigna a ser derrotada, forja a idéia de um redentor.
O redentor é Deus adaptado à mente humana. Esta não será semelhante à Mente Divina, nem chegará a ser Deus, mas o próprio Deus limitará Sua Mente Divina a uma relativa e parcial mente humana: Deus mesmo se fará homem.
A filosofia deísta, tomada de uma forma estrita, é perigosa e pode tentar a mente humana a que se faça semelhante a Deus; por isso, para sustentar-se, afirma-se sobre o conceito de uma Mente Divina humanizada.
Hermes – Thot e Osiris são imagens da doutrina no antigo Egito.
O próprio judaísmo não pode se sustentar por longo tempo na idéia estrita que Moisés lhe impusera; já durante o desterro na Babilônia, necessitou de uma amplificação do pensamento humano e começa a cantar a chegada de um Messias, de um Libertador, de um Ser Divino encarnado sobre a Terra e a ansiar por ela.
Esta bela filosofia é herdada pelos cristãos, já que a religião cristã se baseia no conceito do Deus Homem.
Todos os seres humanos podem ser redimidos por Ele; se não puderem fazer-se semelhantes a Deus, como Deuses, podem fazer-se semelhantes a Deus através de Cristo.
A influência neoplatônica, que tanto incidiu na filosofia do Cristianismo nos primeiros séculos da Igreja, foi o maior perigo para o mesmo e provocou o arrianismo. Se Cristo não é o Pai, mas unicamente semelhante ao Pai, então Ele já não é Deus, mas semelhante a Deus. E então, caem por terra as possibilidades de que a mente humana se transforme na Mente Divina por um Mediador.
A idéia católica afirma a Unidade indissolúvel entre as três pessoas da Santíssima Trindade e faz o Filho consubstancial com o Pai, afirmando a fé sobre a idéia inquebrantável de que, pela Redenção, o homem será unido indissoluvelmente com Cristo e por Ele será também unido com Deus, porque Cristo é Deus mesmo.
A vibração mental contida no cérebro é relativa, porém pressente mais e mais; a mente humana quer ser Deus.
Sempre se forma o conceito superconsciente de que algum dia se possuirá a totalidade da Idéia.
Ensinança 12: Filosofia Cristã
A Filosofia Cristã é uma filosofia limitada.
O pensamento do homem tem uma aparência limitada; porém, quando através do exercício de sua atividade potencial, vai ampliando seus horizontes, suas possibilidades se tornam ilimitadas.
A Filosofia Cristã compreendeu o valor destas possibilidades e procurou controlá-las. Enunciou que o homem tem que pensar o que quiser, quanto quiser, como quiser, mas dentro da limitação prefixada.
O homem, depois da morte, poderá pensar ilimitadamente, compreender todos os mistérios, a imensidade da ciência e o puro conhecimento; mas aqui, na terra, não.
Esta filosofia, ao ser assim limitada, ficou definitivamente dentro da órbita e a serviço da religião.
Esta Filosofia cristã-religiosa se forma pouco a pouco.
Nos primeiros tempos da Igreja, alguns padres tentaram dar amplo vôo ao pensamento, porém ou foram impedidos ou separados da Igreja.
Esta filosofia estendeu uma imensa rede sobre a mente do homem: permitia que este pudesse olhar os espaços infinitos do saber, porém, sempre através desta rede; que pudesse receber o tesouro das experiências de todas as filosofias e de todas as investigações do saber, mas sempre filtradas através da rede.
Os filósofos cristãos, alternativamente, submeteram-se à influência das filosofias de Platão e de Aristóteles.
Chegou até eles o delicado sentimento da Filosofia do Budismo Chinês, expressado através de sua Liturgia e de seu Ritual.
As antigas lições gráficas e simbólicas da filosofia egípcia foram adaptadas por eles e amoldadas às suas imagens e à sua Hagiografia.
Em síntese, tomaram todos os conceitos filosóficos que chegaram ao alcance de suas mãos, porém tudo isso peneirado através de sua rede.
Não se qualifica esta Filosofia de limitada por ser pouco expressiva ou obscura em seus conceitos, e sim porque induz o homem a pensar restritamente como tal.
Para que ela se estabelecesse mais fortemente, seus filósofos distinguiram entre a filosofia limitada e a ilimitada, chamando esta última de Teologia, Ciência de Deus; e sobre a qual não se pode discutir, nem investigar. Até chegaram a proibir àqueles que não eram teólogos, ou sacerdotes, que falassem de Teologia.
É célebre a luta que São Bernardo sustentou contra Abelardo, até conseguir que este renunciasse a ensinar Teologia em sua cátedra de Filosofia.
A Filosofia Cristã não permite que o homem pense mais do que limitadamente. Santo Atanásio enuncia isto no primeiro postulado de seu Símbolo, submetendo a mente à fé:
Quicumque vult salvus esse ante omnia opus est, ut teneat catholicam fidem.
Fides autem catholica haec est, ut Unum Deum in Trinitate; et Trinitatem in Unitate veneremur.
A Fé católica é a grande rede posta sobre a mente do homem se ele quiser salvar-se, se quiser conhecer tudo, depois da morte. Santo Atanásio o explica claramente em continuação ao transcrito de seu Símbolo. Deus, Uno em sua Trindade, é o Supremo Conhecimento; porém, o homem não pode alcançar este Supremo Conhecimento a não ser através do Filho, por sua Redenção e Salvação. Não pode conhecer tudo de um modo direto, mas indireto; não nesta vida limitada e obscura, e sim no Paraíso, quando a alma, pela redenção, estiver segura de sua salvação.
A Luz do Espírito Santo, que é a ciência plena de Deus Pai e Filho, não pode ser compreendida pelo homem enquanto tiver a mancha física sobre ele e a possibilidade de pecar, mas unicamente depois, quando tiver sido admitido na Igreja Triunfante.
Que o homem pense, porém que não pense além de sua medida.
Isto é essencial, indiscutível, inquebrantável.
Ensinança 13: Filosofia Andrológica
A mente do homem é de um poder ilimitado, mas unicamente pode chegar à sua plenitude compreensiva e criadora mediante a união com o Infinito.
Por isso o fim correto, único e verdadeiro da mente, é o de buscar Deus, a Eternidade.
Qualquer outro trabalho especulativo da mente é vão, falso e prejudicial. A mente, como um poder mortífero em mãos de uma criança, sempre ferirá a quem a quiser desviar através dos véus da ilusão, porque ela, inevitavelmente, há de voltar à Mente Eterna, seu verdadeiro elemento.
Então, toda Filosofia que não tenha como finalidade a realização de Deus, não é verdadeira, é absurda.
A única Filosofia real e verdadeira é a Cosmodicéia, na qual o Ser busca o Não Ser e, no Ser e Não Ser, o Eterno.
Através dos ciclos da evolução humana, mais de um homem teve o dom de compreender o enorme poder da mente humana e alguns, homens demônios, perguntaram-se: "Por que não deter esta grande corrente? Por que não desviá-la e aproveitá-la para si mesmo?”
Assim, o poder da mente foi aproveitado, às vezes, para fins coletivos e pessoais.
As correntes mentais do homem foram limitadas: que o homem pense isto e seu pensamento gire sobre isto, e nada mais. Este foi um método, útil e prático, para que a força mental gerasse e fosse derramada sobre o próprio homem e sobre o círculo por ele estabelecido.
O poder da mente foi, pois, aproveitado e limitado uma vez mais, para que não tentasse voltar como um rio a seu leito e transformar-se em uma força destruidora e libertadora.
As filosofias deístas, sistematicamente, restringiram tanto os conceitos do homem, que este se tornou incapaz, através de sua mente, de ver Deus, a Eternidade.
A Filosofia Deísta transformou a Eternidade num Deus tirano, o qual, látego na mão, ameaçava constantemente o homem, dizendo-lhe: "Ou fazes de tua mente o que te digo ou aniquilo-te".
Porém, esta restrição foi um bem para a mente humana, já que esta, insofreável, procurou uma via subterrânea para fugir, para expandir-se, para encontrar-se uma vez mais a si mesma.
O homem, já não compreendendo a Eternidade e crendo que Deus era o ídolo formado por diversas vibrações mentais consecutivas e semelhantes, transformadas em conceitos e dogmas, buscou em si, não em si mesmo como parte de Deus ou potência espiritual, mas em si mesmo, como força humana, o conhecimento. O homem buscou em si, em seus sentimentos e emoções, e observando seus instintos; encontrou ali um ponto de apoio sobre o qual galvanizar suas forças mentais.
Esta Filosofia era chamada andrológica, estudo do homem, com prescindência da Eternidade, de Deus.
Porém, isto era um absurdo: o homem em si, separado do Eterno, não tem razão de ser e a mente humana não fazia mais do que se esfacelar em uma infinidade de conceitos ilusórios, contra o muro do falso conhecimento.
Porém, a gota de água fura a pedra.
Rota a armação exterior, o ser encontra no profundo de si mesmo, o Espírito, e dali se volta para Deus.
A Andrologia, analisando os diversos aspectos íntimos do homem, foi fundando diversas escolas. Passou através da fisiologia, da mente instintiva, da mente emotiva, revisou toda a psique do ser, até chegar ao Espírito.
Sentia cada vez mais a necessidade de uma filosofia ascética e mística e, à medida que se descortinavam os véus, voltava a encontrar-se com a rainha mãe das filosofias, a Grande Cosmodicéia.
Ensinança 14: Conceitos da Filosofia Andrológica
Todo conceito andrológico é absurdo.
Se um homem fosse totalmente separado dos outros seres e do conhecimento de Deus – coisa absurda porque o homem, por sua natureza intrínseca, jamais pode ser separado de Deus – e se ele quisesse conhecer-se mediante seus próprios meios, ele teria que se valer dele mesmo, de seu foro íntimo, para conhecer-se.
É compreensível, pois, que o ser não habituado a especular sobre Deus, que é o único fim real e verdadeiro, pense: "Quem sou eu?”
"Quem sou eu?"
Sobre esta frase se baseia toda a filosofia andrológica.
O primeiro que o homem procura explicar é seu eu. O eu que ele conhece é o seu eu físico, aquele eu físico que imperiosamente lhe faz pensar através de suas necessidades vegetativas e instintivas.
Então, o postulado fundamental da Filosofia Andrológica é: "Eu sou um homem".
Este resultado é correto do ponto de vista físico, porém é absurdo do ponto de vista cósmico, como todas as parciais verdades andrológicas.
Impulsionado por seus desejos de conhecer-se, o homem utiliza sua mente para penetrar na misteriosa máquina humana; investiga, observa, analisa e compara; e faz como o menino que quebra seu brinquedo para ver o que ele contém.
Deste modo, a Andrologia se enriquece com uma infinidade de escolas filosóficas, todas elas nascidas do primeiro postulado: "Eu sou um homem", como a Física, a Química e a Medicina Aplicada.
Como o postulado "eu sou um homem" é somente relativamente verdadeiro, o ser continua mantendo viva a frase: "Quem sou eu?”
O homem descobre em si sentimentos e emoções completamente inacessíveis à fisiologia. Então começa a discorrer: "Eu sou um homem, mas há algum valor existente em mim, que eu não conheço. Posso pensar isto e aquilo; posso sentir de um modo ou de outro”. Então, surge o estudo filosófico, a análise das emoções e, após árduas lutas, o homem chega ao grande postulado: "Eu sou um homem anímico".
Todo o seu sentir interno é estudado em cada um de seus aspectos. Estes se exteriorizam em várias escolas de caráter psicológico diverso, as quais coincidem em sustentar o postulado: "Eu sou um homem anímico".
Como, entretanto, este postulado: "eu sou um homem anímico" é verdadeiro apenas relativamente, como toda verdade andrológica, o homem continua sustentando a frase: "Quem sou eu”?
Às vezes, predomina no ser o homem físico, com o instinto; outras vezes, o homem pensante, com a compreensão.
A Andrologia discorre para estabelecer qual destas duas forças é o homem verdadeiro; porém, ao explicá-lo de um modo ou de outro, vai-lhe acrescentando atributos. A cada um destes atributos foi conferida maior ou menor importância, surgindo daí múltiplas escolas que a afastam, cada vez mais, da verdade e da fonte primária. No entanto, estas ensinaram os homens a pensar, a falar, a escrever e a aplicar seus variados conhecimentos a diversas especialidades.
Porém, o homem que, com a Filosofia Andrológica, penetrou no mais íntimo de seu ser, encontrou a Chispa Divina e com Ela a única solução para o problema humano, que é o retorno a Deus, à Eternidade.
Então, surge o postulado perfeito que, de andrológico, transforma-se em cosmodicéico: "Eu sou Aquilo".
Ensinança 15: Filosofia Rácica
A Rácica é o corpo psíquico da Filosofia.
A História, em si, é apenas um derivado desta Filosofia.
A verdadeira História não é aquela que somente registra os fatos externa e cronologicamente, mas a que coordena esses fatos, dando-lhes vida, pensamento e expressão.
A Rácica é o corpo psíquico da Filosofia: não se pode situá-la num campo puramente mental e especulativo, nem tampouco num campo humano completa e unicamente subjetivo.
A Rácica considera os fatos concretos, as observações sistemáticas e os acontecimentos sucessivos; mas, mantém o calor vital dos fatos. Estes são projeções de uma pura expressão do pensamento e subsistem nas idades, mesmo depois que se tenham apagado como formas materiais da Terra, como um poder e valor psíquico, que expressam a idéia da qual emanaram e os resultados diretos e indiretos sobre a vida do homem.
Os estudantes que desejarem aplicar-se a este estudo, deverão fazê-lo unicamente sob a direção de um Mestre que possua o conhecimento do Mundo Astral.
Para explicar a Filosofia basta uma grande mente e muita intuição; porém, para explicar a Rácica, é indispensável que o Mestre tenha o poder do conhecimento psíquico do Mundo Astral.
Helena Petrovna Blavatsky, quando teve de explicar ao mundo do Ocidente, em sua "Doutrina Secreta", a História do Ocultismo, desfez-se de todos os tratados que tinha ao seu alcance e unicamente recorreu aos Anais Akásicos. Helena Petrovna foi a Filósofa Rácica de nossa Raça, porém foi uma estrela solitária num mundo de cegos.
A Rácica é a Filosofia aplicada à História, porém esta é, nos dias de hoje, uma ciência completamente desconhecida, já que os autores que dissertam sobre História, afastando-se dos fatos estritos e cronológicos, não fazem mais do que refletir e descrever sua própria personalidade.
Para conhecer a verdadeira História, vida, pensamento e expressão dos fatos, as forças que os geraram e os resultados que produziram e produzirão no mundo, é indispensável vê-la no Registro do sétimo plano do Mundo Mental.
A Rácica estuda as relações do Cosmo com a Terra e o homem, das Raças entre si; estuda também as etapas ascendentes e descendentes dos povos, sua origem, nascimento e morte; as relações astronômicas, astrológicas, telúricas, raciais e climáticas.
A Rácica poderia ser de um valor extraordinário para as almas, se fosse estudada sobre bases seguras e ensinada por clarividentes; poderia ser a chave da felicidade do futuro, já que permitiria predizer, exatamente, através dos quadros das diversas etapas da existência, os destinos dos povos, raças, famílias e homens.
Os estudantes da Rácica devem construir uma ponte psíquica que seja um nexo de união entre os fatos positivos e seus derivados, e a pura fonte do pensamento; os quais gravarão suas impressões cíclicas no sutilíssimo corpo astral, etéreo e psíquico da Alma do Mundo.
Ensinança 16: A Filosofia
O estudo da Filosofia é como o lago da montanha que verte sua água por diversos arroios.
Desde os altos cumes, onde o pensamento é uno, os estudantes analisam a Idéia Única, dividindo assim os conceitos em diversas expressões que se transformam, por sua vez, em diferentes filosofias.
Diz-se: filosofia platônica, filosofia aristotélica e assim sucessivamente, como se houvesse mais de uma Filosofia.
O que se chama Filósofo sem ser tal, encerra-se dentro de um determinado conceito e dentro de um campo magnético ou modo de pensar, negando tudo o mais; porém, o verdadeiro Filósofo, se bem que se mantenha em sua cidadela e defenda sua posição, não deixa de reconhecer que as diversas idéias formam o conjunto da Filosofia.
Quando as grandes filosofias, aparentemente tão divergentes entre si, unem seus postulados fundamentais, são todas expressões diversas da Verdade que, em seu conjunto, formam a única Filosofia, que é a rainha das filosofias.
Através das idades têm surgido Grandes Iniciados que tiveram de lançar ao mundo a potência da Idéia Mãe revestida da característica e da necessidade da Humanidade do momento; porém, essas nobres filosofias, no entanto, eram apenas uma adaptação da Filosofia e o estudante nunca deve perder de vista a unidade do pensamento universal.
É necessário afirmar, uma vez mais, que com um conceito assim vago e geral, o estudante não pode conhecer a Filosofia, porque ao generalizar, perde interesse pela especulação e o método, que levam à prática do reto pensar.
É preciso que o estudante adote uma posição, que adote um postulado filosófico e que se mantenha firmemente nele, para poder, desde ali, conquistar os diversos pontos que assinalam os Grandes Centros Laya do conhecimento filosófico.
Para isso, é necessário dogmatizar sem dogmatizar-se, com o objetivo de afirmar-se em suas próprias idéias; é necessário adquirir recursos mentais para sustentar, defender e sobrepô-las às demais; porém, no interior, há que manter esta santa liberdade que goza constantemente dos eflúvios da Idéia Única.
Algumas religiões compreenderam este alto conceito e chamaram seu ponto de vista particular e fundamental de Filosofia: Teologia. Obrigaram o estudante a que, recebendo esses postulados filosóficos como divina e indiscutível revelação, tivesse que se submeter a eles incondicionalmente; e todos os demais pontos que deles derivavam, continuavam sendo parte do campo da Filosofia, ficando o estudante em liberdade para discutir, discorrer, negar e afirmar, segundo seu modo de compreender e deduzir.
A Filosofia é o Pensamento de Deus revelado aos homens. É como se a Divina Mãe retirasse seu Santo Véu para entregá-lo a seu bem-amado Filho.
A Filosofia, expressão pura do pensamento, é a única arte válida que pode devolver a felicidade ao homem.
ÍNDICE:
Ensinança 1: Origem e Desenvolvimento da Filosofia
Ensinança 2: Conceito da Filosofia do “Não Ser”
Ensinança 3: Conceito da Filosofia do Ser e do Não Ser
Ensinança 4: A Filosofia do Ser
Ensinança 5: Filosofia Pré-Védica
Ensinança 6: Filosofia Védica
Ensinança 7: Conceitos das Principais Escolas Védicas
Ensinança 8: Filosofia Chinesa
Ensinança 9: Filosofia Budista
Ensinança 10: Filosofia Deísta ou Dualista
Ensinança 11: Filosofia Messiânica
Ensinança 12: Filosofia Cristã
Ensinança 13: Filosofia Andrológica
Ensinança 14: Conceitos da Filosofia Andrológica
Ensinança 15: Filosofia Rácica
Ensinança 16: A Filosofia